Refinaria de Cabina prevê iniciar operação comercial em Julho de 2025

A refinaria de Cabinda, actualmente com um grau de execução física na ordem dos 68%, tem o arranque da entrada em funcionamento da primeira fase já em Novembro próximo e o início da operação comercial previsto para Julho do próximo, segundo avançou em entrevista à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA Marcelo Hofke, CEO da Cabinda Oil Refinery.

De acordo com o gestor, entre final de Março e princípio de Abril de 2025, darão início ao processo de transformação do óleo cru, sendo que “daí em diante já refinado e chegado ao ponto óptico, os produtos vão poder ser especificados para que se possa iniciar a operação comercial”. Marcelo lembrou que os atrasos verificados no cumprimento do cronograma inicial estiveram ligados, sobretudo, à pandemia da Covid-19 que se fez sentir com gravidade entre 2020 e 2021, assim com a guerra que eclodiu depois na Ucrânia, que afectou toda a cadeia de produção de petróleo. “A isso juntou-se também a parte do financiamento bancário. Houve muita dificuldade com os bancos para fechar contractos de financiamento para que pudéssemos começar com os trabalhos”, acrescentou.

O responsável garantiu, no entanto, que hoje “o fluxo financeiro da refinaria é positivo”, estando em linha com o cumprimento do cronograma dentro do previsto. Na primeira fase serão produzidos e entregues ao mercado angolano gasóleo, Nafta, HFO – Heavy Fuel Oil, e jet fuel. Na referida etapa do projecto serão processados 30.000 barris de petróleo bruto por dia, passando a atender 10% das necessidades dos derivados de petróleo refinado do mercado angolano, quota que passará para 20% depois de terminada a segunda fase, em que, além do gasóleo, Nafta, HFO e do jet fuel, serão também produzidos a gasolina e o LPG – Liquefied Petroleum Gas.

A primeira fase de construção da refinaria de Cabinda está orçada em 473 milhões de dólares, montante financiado em 138 milhões de dólares com recursos já disponibilizados pelos sócios e em 335 milhões de dólares no formato de project financing emprestados por um sindicato bancário liderado pela AFC, Afreximbank e um conjunto de instituições financeiras internacionais e locais, entre eles o Banco de Fomento Angola (BFA). “Com a refinaria já na segunda fase de conclusão, vamos atender mais de 20% da procura local de combustível e esperamos que Angola possa concluir o seu plano de ser alto suficiente”, augurou Hofke. A infra-estrutura está a ser implementada pela GHL em parceria com a Sonangol, numa área total de 313 hectares, mas a primeira fase ocupará apenas 30 hectares.

O terreno situa-se a cerca de 3,8 quilómetros de Malembo, comuna mais próxima da cidade de Cabinda.

 Forbes África Lusofóna
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