Luanda — Nas últimas semanas, vieram a público denúncias que levantam sérias suspeitas sobre um alegado desfalque no Banco Sol, envolvendo funcionários da instituição e figuras ligadas a organismos políticos e administrativos. O caso, segundo fontes internas, revela falhas graves nos mecanismos de compliance e controlo interno do banco, que enfrenta há meses dificuldades financeiras e rumores de insolvência.
De acordo com informações obtidas pelo Clube-K, o montante em causa poderá ultrapassar 200 milhões de kwanzas, desviados de forma sistemática desde 2022. As investigações preliminares apontam como principais envolvidas Dilma Patrícia Álvares Ganga (Conta Bancaria 4998371010001), então subgerente do Banco Sol, Suzana de Melo, secretária para Administração e Finanças da OMA e deputada da Assembleia Nacional, e Josemar Alfinete, financeiro da mesma organização feminina do MPLA (Conta bancaria – 735030710001).
Segundo relatos de funcionários do banco, os fundos terão sido transferidos para diversas contas bancárias, incluindo as de familiares diretos da subgerente, como a sua tia, e para contas da empresa Yangue Conta (bancaria 005388530210004), pertencente às filhas do ex-presidente do Conselho de Administração do Banco Sol, Coutinho Nobre Miguel. As movimentações foram alegadamente realizadas sem o consentimento das titulares, recorrendo a documentos falsos e operações não autorizadas.
Fontes ligadas à instituição referem que as proprietárias da empresa Yangue já foram chamadas para prestar esclarecimentos junto aos órgãos competentes do banco, numa tentativa de compreender as circunstâncias em que as suas contas foram utilizadas. Até ao momento, contudo, apenas Dilma Patrícia Álvares Ganga encontra-se detida, o que levanta suspeitas de possível encobrimento político das restantes pessoas implicadas.
O Clube-K procurou contactar o Banco Sol para obter esclarecimentos oficiais sobre o caso, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição. A ausência de um comunicado institucional tem alimentado o descontentamento entre funcionários e clientes, que denunciam falta de transparência e alegada proteção de quadros influentes.
Analistas financeiros consultados pelo Clube-K consideram “preocupante” que uma instituição bancária em situação frágil continue a ser associada a práticas de má gestão, abuso de confiança e desvio de fundos, alertando que tais episódios comprometem a credibilidade do sistema financeiro nacional.
A sociedade civil e entidades ligadas à banca defendem uma investigação rigorosa e imparcial, com responsabilização de todos os envolvidos, independentemente dos cargos que ocupem ou das suas ligações políticas.
“Casos como este afetam diretamente a confiança do cidadão nas instituições financeiras e na justiça. É urgente transparência e responsabilização”, comentou uma fonte ligada ao setor bancário.
O processo continua sob investigação, e novas diligências poderão determinar a extensão dos danos e identificar outros eventuais beneficiários do alegado esquema.
Club-k.net

 
		 
				 
				