Foram comprados no estrangeiro entre Julho e Setembro 334,9 milhões de litros de gasolina e 596,2 milhões de litros de gasóleo. A Sonangol foi responsável por 57,4% da vendas, seguindo-se a Pumangol com 25,4%.
Quase 80% da gasolina e gasóleo distribuído no País no III trimestre deste ano foi importado (ver quadro), sendo que no global, os produtos refinados importados valeram 70,1% das aquisições feitas neste período pelos distribuidores para comercialização. Comparativamente ao trimestre anterior, nota-se um aumento tendencial do peso da importação de 6,17 p.p. e uma redução de 1,17 p.p. em relação ao período homólogo. Foram comprados no estrangeiro entre Julho e Setembro, 334,9 milhões de litros de gasolina e 596,2 milhões de litros de gasóleo, sendo que a Refinaria de Luanda produziu 86,2 milhões Lt de gasolina e153,6 milhões Lt de gasóleo.
Acrescente-se que apesar dos investimentos feitos há dois anos e de todo o processo de modernização, a produção da refinaria de Luanda teve um decréscimo de 21,53% relativamente ao trimestre anterior, e de 25,67% relativamente ao período homólogo, III trimestre de 2023. Além da gasolina e gasóleo, a refinaria sempre teve um foco especial na produção de Jet A-1, sendo que neste III trimestre chegou às 41,9 mil toneladas métricas (TM), tendo sido necessário importar 10 mil TM para colmatar as necessidades nacionais.
Ainda a propósito do Jet A-1, combustível para a aviação, é de esperar que o consumo possa crescer nos próximos anos, faz parte dos objectivos de governo aumentar o tráfego aéreo (carga e passageiros) no novo aeroporto de Luanda, sendo que a questão do preço é muito importante, uma vez que este produto não é subsidiado. Na placa do aeroporto um litro de Jet-A1 ronda os 700 Kz, foi de 686 Kz em Setembro e de 710 Kz em Agosto.
O preço de referência na costa ou na refinaria de Luanda é de 517 Kz. Se olharmos para as vendas de combustíveis líquidos neste III trimestre, onde se inclui gasolina, gasóleo, Jet A-1 e querosene (petróleo iluminante), o valor foi de 1.063.948 TM, mais 5,45% do que as aquisições, o que significa que foi utilizado algum do stock que estava em armazenamento. Se retiramos o Jet A-1, que apenas se vende para os aeroportos, as vendas dos restantes combustíveis líquidos neste período foi de 1.008 mil TM, sendo que 64,2% foram gasóleo, 34,8% gasolina e 1,1% querosene. Interessante verificar que 58,5% do gasóleo vendido no País fez-se no canal Business to Business (B2B) e apenas 41,5% no retalho.
Já para a gasolina o fenómeno é contrário, as vendas no retalho valeram 88% e o canal B2B teve um peso de apenas 12%. Já relativamente aos operadores, para o mesmo universo, a Sonangol Distribuição e Comercialização foi responsável por 57,4% das vendas, a Pumangol por 25,4%, a Sonangalp por 10,3% e a Tema (da Total) por 6,9%. Esta liderança destacada da operadora pública justifica-se não apenas pela história e o tempo que estão na distribuição e comercialização, onde durante 30 anos foram únicos, mas também porque mantêm uma forte presença na venda de gasóleo através do canal B2B e no abastecimento aos postos de bandeira branca.
Se fizéssemos um exercício apenas com as vendas de gasolina, que se aproxima mais do peso que os operadores apenas nas bombas de gasolina, a Sonangol tem uma quota de 52,9%, a Pumangol de 28,2%, a Sonangalp de 10,5% e a Total de 8,4%. Por último, acrescentar ainda que as vendas de combustível para a Marinha neste III trimestre foram de 72,3 mil TM, sendo que 70% foram feitas pela Sonangol e 30% pela Total.
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