Última visita de Estado de um Presidente cabo-verdiano a Washington foi em 1989 e agora durante a Presidência na Diáspora, José Maria Neves pretende estimular a participação de cada vez mais cabo-verdianos no desenovimento do país
O Presidente de Cabo Verde disse estar a trabalhar para realizar uma visita de Estado aos Estados Unidos ainda no actual mandato que termina em 2026, o que não acontece desde 1989 quando o então Chefe de Estado Aristides Pereira foi recebido na Casa Branca pelo Presidente George H.W.Bush.
José Maria Neves fez esta afirmação em entrevista ao programa Washington Fora d´Horas, da Voz da América, nesta terça-feira, 4, em que falou sobre a Presidência na Diáspora, que realiza à Nova Inglaterra desde o dia 1.
“Estamos a preparar, a ver se ainda dentro deste mandato será possível fazer uma visita de Estado aos Estados Unidos da América”, revelou Neves quando questionado para quando uma visita de Estado, considerando que a última data de 21 de Abril de 1989.
O Chefe de Estado lembrou que na gestão “do Presidente Aristides Pereira havia um papel activo de Cabo Verde nas negociações de paz na África Austral, que levaram à emancipação de Angola, à independência da Namíbia e à democratização da África do Sul”.
Entretanto, acrescentou, embora as relações sejam “muito boas, intensas”, neste momento “do ponto de vista político, do ponto de vista geoestratégico, as relações não tão intensas, mas há relações económicas muito fortes, há concertação política na arena internacional”.
Neves ainda lembrou que “tem havido trocas de muitas visitas” e agora com os Estados Unidos “vão-se reforçar as relações no domínio da defesa e segurança, sendo certo que com o forte apoio dos Estados Unidos, em 2006, realizaram-se os primeiros exercícios militares da NATO em África, precisamente em Cabo Verde”.
Presidência na Diáspora
Na entrevista, José Maria Neves disse que a Presidência na Diáspora pretende ouvir os cabo-verdianos, seus anseios e como podem ajuda no desenvolvimento do país.
Ele também destacou que os cabo-verdianos e descendentes estão cada vez mais engajados na vida política, empresarial e social nos Estados Unidos e que há um enorme campo para a intervenção dos imigrantes de várias formas no desenvolvimento de Cabo Verde, nomeadamente a nível da academia.
O Presidente enfatizou que a participação de quadros cabo-verdianos no desenvolvimento faz-se de várias formas e cada vez mais, principalmente devido às novas tecnologias.
“Não há a pretensão de levar as pessoas a Cabo Verde, a pretensão é que cada um, com os novas tecnologias informacionais, possa participar globalmente no desenvolvimento”, seja aqueles que podem e querem ir ou aqueles que podem contribuir mesmo estando fora, porque, reformou José Maria Neves “há vários mecanismos para elevarmos o patamar da participação da diáspora”.