DÍVIDAS. Pagamento dos atrasados foi um dos destaques da edição número 449 do Valor Económico, publicada em Março deste ano. Na altura, desconhecia-se o nível de execução do programa de pagamento elaborado para 2024.

O Governo pagou, no ano passado, a totalidade da dívida em atraso que tinha com a empresa Camarufi, ava-liada 137,151 mil milhões de kwanzas, e também com o Grupo Carrinho, avaliada em 30 mil milhões de kwanzas, apesar de não constarem do programa de pagamentos elaborado para 2024.

A conclusão de que estas dívidas foram liquidadas é baseada no stock de atrasados com que o Governo iniciou o exercício de 2025, além de que os montantes deixaram de constar das dívidas, ao mesmo tempo que fonte próxima ao processo confirma que foram de facto pagas”.

O pagamento dos atrasados foi um dos destaques da edição nu-mero 449 do Valor Económico, publicada em Março deste ano. Na altura, desconhecia-se o nível de execução do programa de pagamento elaborado para 2024.

“Camarufi, Haiping e Grupo Carrinho são as empresas a quem o Estado mais deve, mas ficaram de for a do plano de pagamentos, cuja execução ainda se desconhece. Sorte diferente tiveram os credores com sede no estrangeiro, deten-tores dos maiores créditos”, lê-se nacapa dareferida edição. Entre-tanto, a recente actualização do stock da dívida mostra que, afi-nal, as duas empresas terão tido sorte diferente dos demais gran-des credores nacionais.

A Camarufique, no stock pas-sado, tinha confirmada duas dívidas, passou a ter apenas uma. Ou seja, além dos 137,151 mil milhões de kwanzas por fornecimentos ao Estado Maior General, entre 2020 e 2021, a empresa também reclamava por mais de 2, 101 mil milhões dekwanzas por forneca-mento ao Ministério da Industria e Comércio, em 2014. Apenasesta segunda dívida continua a aguar-dar pelo pagamento. Já os 30 mil milhões do Grupo Carrinhoestão associados a fornecimentos ao Ministério do Interior, em 2021.

O Ministério das Finanças manifestou indisponibilidade de esdarecimento até ao fecho da edição, enquanto fonte ligada ao Grupo Carrinho explicou que o grupoempresarial estavaimpos–sibilitado de explicar a situação por questões contratuais, sobretudo por arelação comercial ser com órgãos de defesa e segurança.

30 Mil milhões de kwanzas, é a totalidade da divida paga peb Governo ao grupo Carrinho.

OUTRAS DĪVIDAS VOLUMOSAS CONTINUAM FORA PROGRAMA

A Haiping Internacional, detida peloschineses da Haiping Zhang, Zhaoqi Cao e o angolano Fran-cisco Maria Paulo Libermann detinha o segundo maior valor por receber no stock passado. Avaliada em mais de 43,757 mil milhões de kwanzas, a referida dívida também não tinha sido incluída no programa de pagamento para 2024 e mantém-se intacta. Ou seja, a Haiping con-tinua a esperar pelo pagamento total e que poderá não acontecer este ano, visto nãoconstar do pro-grama de pagamentos.

As mesmaslinhas valempara a dívida reclamada pela Americo Paquissi-Packeessy Comercial, avaliada em 19,826 mil milhões de kwanzas, referente a acordos celebrados entre 2013 e 2015 com o Estado Maior General.

Surgem subsequentemente, e namesma condição que as duas anteriores, a Intercontinental Tra-ding Company, com 10,238 mil milhões de kwanzas areceber do Ministério da Saúde, decontratos de 2010-2018. E a Arquidecor-Atelier de Projectos, em contratos fechados em 2013 com o Minis-tério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, que tem a receber 7,814 mil milhões.

DİVIDA PROGRAMADA PAGA PARCIALMENTE

A maior dívida de empresas nacio-nais programa da para pagamento do stock passado estava avaliada em mais de 4,025 mil milhões de kwanzas, reclamada pela empresa Loravi- Comércio, Indústria, Importaçao & Exportaçao por serviço prestado ao Go-verno Provincial do Zaire. Segundo os documentos, apesar de o pro-grama prever o pagamento total, foram liquidadas apenas 1,381 mil milhões de kwanzas e para 2025 estáprogramado o pagamento de 2,5 mil milhões de kwanzas. Ou seja, apesar de ter a dívida pro-gramada para pagamento, esta empresa teve menos ‘sorte’ que o Grupo Carrinho e a Camarufi.

A mesma ‘sorte tiveram a empresa Hunuen Limitada que reclamava cerca de 3,014 mil milhões de kwanzas por serviço ao Governo Provincial do Cunene. E ainda a Morgasal que, também por serviçoprestado ao Governo Provincial do Cunene, reclamava cerca de 2,970 mil milhões de kwanzas. As duas tiveram as respectivas dívidas saldadas na totalidade.

Natotalidade de credores, ou seja, incluindo as empresas estran-geiras, a maior dívida é reclamada pela Citic Constrution. No stock passado tinha por receber, em dólar, mais de 1,156 mil milhões (mais de 958,365 mil milhões de kwanzas). Para 2024, estava programado o pagamento de cerca de 193 milhões de dólares, que, naaltura, correspondiam aperto de 160 mil milhões de kwanzas. Os números mostram que terão sido pagos cerca de 192 milhões de dólares.

Para 2025, o Governo pro-gramou pagar cerca de 457 mil mi-lhões de kwanzas, contra os cerca de 332 mil milhõesprogra-mados para 2024.

Valor Económico