DÉFICE DISPARA, DÍVIDA EXPLODE E GOVERNO MANTÉM SILÊNCIO: TERCEIRO TRIMESTRE REVELA O CAOS DAS CONTAS PÚBLICAS

O Executivo angolano fechou o terceiro trimestre de 2025 com um défice orçamental colossal de 362,92 mil milhões de kwanzas, equivalente a quase 392 milhões de dólares, num cenário que expõe, mais uma vez, a frágil sustentabilidade das finanças públicas.

Segundo dados divulgados pela ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, o Estado arrecadou 5,95 biliões Kz, mas gastou 6,30 biliões Kz, diferença que reacende críticas sobre a gestão orçamental num período marcado por inflação alta, pressão cambial e queda do poder de compra dos angolanos.

E o mais preocupante: mesmo com um superavit corrente de 0,7 biliões Kz, o país continua a mergulhar no vermelho devido a despesas de capital mal justificadas e a um serviço da dívida cada vez mais insuportável.

Dívida pública sobe para níveis históricos

O relatório aprovado pelo Conselho de Ministros, liderado pelo Presidente João Lourenço, revela que o stock da dívida pública atingiu os 60,08 biliões Kz (65,87 mil milhões USD).

Trata-se de um aumento contínuo, apesar do discurso oficial de “consolidação orçamental”.
A contradição é evidente: a dívida cresce, mas a economia não.

Reforma tributária avança, mas críticas aumentam
Na mesma sessão, foi aprovado o novo Código do IRPS, peça central da reforma tributária.

No entanto, especialistas criticam a medida por aumentar a carga fiscal num país onde o rendimento real está a cair, enquanto o Governo continua a depender quase exclusivamente do petróleo.

As contribuições recebidas durante a consulta pública, incluindo de instituições multilaterais, foram incorporadas, mas persistem dúvidas sobre o impacto real no bolso dos trabalhadores.

Economia estagna e contas públicas deterioram-se
O relatório trimestral revela:
* Receitas não petrolíferas insuficientes,
* Gastos inflexíveis,
* Pressão cambial crescente,
* Dependência extrema de dívida.

Apesar disso, o Executivo mantém um discurso de “estabilidade macroeconómica”, contrastando com a realidade vivida pela maioria da população, onde salários perdem valor e serviços públicos deterioram-se.

Agita News

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