A Epinosul, empresa de pilotagem e serviços no setor marítimo, enfrenta uma grave crise interna. Sob a liderança do presidente do conselho de administração, José Luís de Oliveira, e de seu colaborador George Bartolomeu João, os trabalhadores estão cada vez mais insatisfeitos com a gestão da empresa.
Recentemente, a situação se agravou com a demissão de dois funcionários veteranos, um com 12 anos e outro com 25 anos de serviço. Esses desligamentos, segundo os trabalhadores, são parte de uma estratégia para substituir profissionais experientes por pessoas sem experiência e, frequentemente, parentes dos diretores. A alegação de que os despedimentos seriam por “causas objetivas” é vista como uma tentativa de iludir as autoridades.
A Epinosul, responsável pela atracação e desatracação de navios no Porto de Luanda, gera uma receita significativa. Contudo, as condições de trabalho são consideradas péssimas. Os trabalhadores relatam uma carga laboral excessiva, falta de respeito e valorização, além de serem explorados por uma gestão que se assemelha a uma oligarquia.
George Bartolomeu João, que criticava gestões anteriores por nepotismo, agora se vê em uma situação semelhante, admitindo até mesmo pessoas com deficiência que não estão aptas para funções de alto risco. A indignação entre os funcionários é palpável, e muitos já cogitam a possibilidade de um abaixo-assinado para a retirada dos atuais dirigentes.
O ambiente no Porto de Luanda é tenso, com trabalhadores preocupados com a possibilidade de despedimentos inesperados. Um administrador não executivo, que passa meses sem aparecer, continua a receber salário, aumentando a revolta entre os demais funcionários.
Em uma reunião, José Luís de Oliveira afirmou que “vocês confiaram muito no porto, hoje o porto virou-vos as costas”. Essa afirmação ressoou negativamente entre os trabalhadores, que se sentem abandonados.
Os rebocadores da Epinosul enfrentam problemas operacionais, deixando a equipe embarcada em condições difíceis. A gestão parece mais focada em questões financeiras do que em garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.
Os funcionários fazem um apelo às autoridades competentes, ao presidente da República e à Assembleia Nacional, solicitando uma investigação sobre as condições de trabalho no setor marítimo do Porto de Luanda. Eles ressaltam que Angola é signatária de tratados internacionais que protegem os direitos humanos, e a situação atual viola esses princípios.
“Sem a nossa força e capacidade profissional, nenhum navio encosta no Porto de Luanda”, afirmam os trabalhadores. Eles pedem apoio para que suas vozes sejam ouvidas e que suas condições de trabalho sejam dignas, garantindo assim a segurança de todos os envolvidos nas operações marítimas.
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