África regista sétimo golpe de Estado em três anos

O presidente do Gabão, Ali Bongo, foi deposto nesta quarta feira (30) por via de um golpe militar liderado pelo chefe da guarda presidencial, Brice Clotaire Oligui Nguema, por sinal seu primo.

Os golpistas alegaram fraude nas eleições gerais do país, que ocorreram no fim de semana e indicaram a vitória do atual presidente, Ali Bongo.

Bongo foi colocado em prisão domiciliar, disseram os militares, que também fecharam as fronteiras do país.

Em uma transmissão ao vivo na rede de televisão nacional, o grupo do alto escalão das Forças Armadas anunciou que:

  • Reivindica a tomada de poder;
  • Todas as instituições estatais, como o Senado e a Assembleia Nacional, estavam dissolvidas;
  • As fronteiras terrestres e áreas do país foram fechadas;
  • As eleições foram uma fraude e, portanto, estavam anuladas – no sábado (26), após o fechamento das urnas, o governo emitiu um toque de recolher noturno e cortou os serviços de internet de todo o país, o que levantou suspeitas e preocupações quanto à transparência no processo eleitoral.
  • Outros países que sofreram golpes de estado:
  • Níger: Em 26 de julho de 2023 foi deposto o presidente Mohamed Bazoum. O general Abdourahamane Tiani se tornou o novo homem forte do país.
  • Burkina Faso: dois golpes em 8 meses – Em 24 de janeiro de 2022, o presidente Roch Marc Christian Kaboré foi expulso do poder pelos militares. O tenente coronel Paul Henri Sandaogo Damiba se tornou presidente em fevereiro. Em 30 de setembro, Damiba foi destituído pelos militares e o capitão Ibrahim Traoré foi nomeado presidente de transição até as eleições presidenciais, previstas para julho de 2024.
  • Sudão – Em 25 de outubro de 2021, os militares liderados pelo general Abdel Fatah al Burhan expulsaram os líderes civis de transição, que supostamente lideravam o país para a democracia depois de 30 anos de ditadura de Omar al Bashir, destituído em 2019. Desde 15 de abril de 2023, uma guerra provocada por uma luta de poder entre o general Burhan e seu ex-número dois Mohamed Hamdan Daglo causou ao menos 5.000 mortos no país.

    Guiné – Em 5 de setembro de 2021, o presidente Alpha Condé foi deposto por um golpe militar. Em 1º de outubro, o coronel Mamady Doumbouya tornou-se presidente.

    – Mali: dois golpes de Estado em 9 meses – Em 18 de agosto de 2020, o presidente Ibrahim Boubacar Keita foi deposto por militares e em outubro se formou um governo de transição. Mas em 24 de maio de 2021, os militares prenderam o presidente e o primeiro-ministro. Em junho, o coronel Assimi Goita tomou posse como presidente de transição.

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