O Director do portal de notícias Na Mira do Crime foi ouvido nesta segunda-feira, 16 de Junho, no Tribunal de Comarca de Viana, onde responde por um processo-crime de calúnia e difamação, movido por um funcionario da Presidência da Republica angolana, Gelson Brás
O Tribunal da Comarca de Viana começou a julgar a 08 de Junho, o Director do Jornal Na Mira do Crime, por ter publicado uma matéria em 2020, que dava conta da detenção do cidadão Gelson Brás, no Comando municipal de Viana, acusado do crime de violação de menor e cárcere-privado, onde foi vítima a adolescente Lusineide Freitas, na altura com apenas 13 anos de idade, ambos residentes do Zango 3.
O Director do portal de notícias Na Mira do Crime foi ouvido nesta segunda-feira, 16 de Junho, no Tribunal de Comarca de Viana, onde responde por um processo-crime de calúnia e difamação, movido por um funcionario da Presidência da Republica angolana, Gelson Brás
A acusação surge após a publicação de uma matéria que denunciava um suposto caso de sequestro e abuso sexual de menor, que envolve o cidadão Gelson Brás, contra a menor Lusineide Freitas, agora com 17 anos
A mãe da vitima terá denunciado o facto na Radio Luanda, e ao Jornal Na Mira do Crime, segundo contou ao Jornal Mabuidi, o Director do Portal de Investigação, entretanto, depois da detenção do alto funcionário, abriu-se um competente processo junto do Tribunal de Comarca de Viana, onde decorria os seus tramites legais, até que misteriosamente, o reú começou a usar o trafico de influencia para se arquivar o caso.
Passados mais de cinco anos, o processo do funcionário da Presidência estava desaparecido do Tribunal e do jornal tramitou para julgamento.
Após intensas batalhas na Comarca de Viana, por parte do grupo de advogados (OCS) do jornal Na Mira do Crime, o processo apareceu.
No entanto, segue o julgamento do jornalista acusado de difamação e calúnia e do ofendido que é acusado no mesmo caso, num processo que tramita no mesmo tribunal, na mesma secção, onde está engavetado.
Durante a primeira sessão do julgamento, Osvaldo Sulupula, advogado de defesa do Jornalista, solicitou a nulidade do processo com base no facto de já existir, no mesmo tribunal, um outro processo-crime contra o queixoso, Gelson Brás, acusado de abuso sexual de menor e cárcere privado.
“Verificamos nulidades processuais e esperávamos uma decisão diferente por parte do juiz. Apresentámos o recurso, mas ainda assim o meritíssimo entendeu que o julgamento deve prosseguir, com o recurso a subir em separado, em total prejuízo ao meu constituinte. Não há provas de que houve calúnia ou difamação, até porque existe, sim, um processo onde ele está acusado e que provavelmente vai ter julgamento daqui em alguns dias”, afirmou o advogado.
Segundo Salupula, trata-se do processo n.º 7/21B, no qual Gelson Brás responde formalmente pelas acusações feitas pelo portal. Ele considera incompreensível que, apesar da existência deste processo, o jornalista esteja a ser julgado, enquanto o processo do acusado sobe como se tivesse arquivado.
Porém, informações confirmam que o processo contra Gelson Brás chegou a ser arquivado, mas foi posteriormente localizado e reactivado pela equipa de defesa do jornalista, que continua a acompanhar o seu trâmite legal.
A saída da sala de julgamento Gelson Brás, interpelado pelo Jornal Hora H, negou veementemente as acusações de abuso sexual e cárcere privado. Garantiu possuir provas da sua inocência e disse acreditar que a verdade será reposta em tribunal nas próximas sessões.
“Perdi tudo por causa destas calúnias. Perdi a minha mulher, a minha família, a minha casa… Mas tenho fé que tudo se vai esclarecer,” disse o acusado que negou também as informações de ter estado detido em 2020 conforme as acusações. “Estive apenas na esquadra do Zango 4, em 2020, para prestar declarações com a mãe da acusadora, não fui detido”, afirmou.
A segunda audiência retorna no próximo dia 08 de Julho no tribunal de Comarca de Viana, que é presidida pela Juíza Elsa Montenegro.
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