O Serviço de Investigação Criminal (SIC), por via da Direcção Central de Combate aos Crimes Contra o Património, em coordenação operativa com a delegação do SIC em Icolo e Bengo, procedeu, na sexta-feira, 2 de Maio, à recuperação de uma viatura pertencente à Comissão Nacional da Juventude (CNJ), reportada como extraviada desde Outubro de 2024.
Segundo apurou o Imparcial Press, a viatura – uma Mitsubishi L200, de cor branca, com a matrícula LD-99-49-HU – encontrava-se na posse de André Miguel de Araújo, antigo secretário para Projectos e Programas do CNJ, proveniente da Juventude da Igreja Evangélica de Angola (JIEA), exonerado por má conduta.
Sabe-se que, após a exoneração, André de Araújo recusou-se a restituir o veículo à instituição e colocou-se em paradeiro desconhecido.
A viatura foi localizada na Centralidade do 44, no Icolo e Bengo, no decurso de uma operação realizada em cumprimento de um Mandado de Revista, Busca e Apreensão, no âmbito de um processo-crime por abuso de confiança que segue os transmites legais.
O Imparcial Press sabe ainda que, durante o período em que exercia funções na CNJ, o referido ex-dirigente envolveu-se também na prática de caça furtiva, violando o Decreto Presidencial n.° 222/24, de 25 de Outubro, e a Lei n.º 6/17, tendo partilhado nas redes sociais imagens dos animais caçados.
Paralelamente, decorrem diligências para a localização e detenção de Vitorino João Matias, também conhecido por “Ngoma Mbuta”, antigo secretário para Relações Internacionais do CNJ.
O ex-dirigente é acusado de ter alienado uma outra viatura da instituição, também de marca Mitsubishi L200, com a matrícula LD-56-28-HS, sem autorização.
De acordo com os factos apurados, Ngoma Mbuta terá vendido o veículo após se envolver num acidente de viação durante uma deslocação não autorizada entre o Cuanza Norte e Luanda. Ou seja, o mesmo regressava do Cuanza Norte a Luanda depois de passar alguns dias em actividade pessoal.
Na sequência do acidente, sofreu uma grave fratura num dos membros superiores, com risco de amputação. Foi a rápida intervenção da direcção do CNJ – que custeou o tratamento médico no valor aproximado de 10 milhões de kwanzas na Clínica Sagrada Esperança, da Endiama que permitiu salvar-lhe o braço.
As autoridades continuam a investigar os casos, no quadro do reforço da legalidade e responsabilização dos agentes públicos que desrespeitem os bens e os princípios da Administração.
Imparcial Press