Serviços de Inteligência apertam vigilância sobre general Higino Carneiro

Os Serviços de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) e os Serviços de Inteligência e Segurança Militar (SISM) intensificaram nos últimos meses acções de vigilância sobre o general Francisco Higino Lopes Carneiro, na sequência da sua pré-candidatura à presidência do MPLA, cujo congresso ordinário está previsto para dezembro de 2026.

Tema relacionado: SINSE e SISM classificam general Higino Carneiro como “persona non grata”

Em Janeiro do ano transacto, o Imparcial Press noticiou em primeira-mão que logo após tornar pública a sua intenção de disputar a liderança do partido no poder, o general Higino Carneiro passou a ser considerado pelos SINSE e SISM como “persona non grata”.

Segundo as mesmas fontes, os dois órgãos de inteligência passaram a acompanhar de forma cerrada os movimentos do também empresário, classificando as suas recentes declarações públicas como “potencialmente perigosas” para a estabilidade interna do MPLA e para os interesses do círculo próximo da actual direcção.

O general estará a ser submetido a uma vigilância contínua, envolvendo agentes à paisana, veículos adaptados para escutas, monitorização ambiental com sensores infravermelhos e intercepção de comunicações nas suas residências e escritórios. Os objectivos, alegadamente, passam por travar qualquer avanço significativo da sua candidatura.

A vigilância intensificou-se dias depois de Higino Carneiro ter apresentado uma proposta pública de “revitalização profunda” do MPLA, na qual defende o fim da cultura de bajulação, o fortalecimento das estruturas de base e o resgate da crítica e autocrítica como mecanismos essenciais para o funcionamento democrático do partido.

Até ao momento, nem a Presidência da República nem os serviços de inteligência se pronunciaram sobre as acusações. No entanto, o Presidente João Lourenço afirmou recentemente, em tom que muitos analistas consideraram indirecto, que não apoia qualquer candidato em particular, sublinhando a necessidade de rejeitar discursos “predestinados” ou excessivamente personalizados.

Esta situação levanta preocupações em sectores internos do MPLA e da sociedade civil, que temem uma escalada no uso dos serviços de inteligência para condicionar o debate político e restringir a liberdade de participação no processo sucessório dentro do partido.

Imparcial Press

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