A anunciada intenção de Higino Carneiro de se candidatar à presidência do MPLA conta com incitamentos e apoios de meios do partido compostos por outros antigos quadros e dirigentes, em geral “afastados” de João Lourenço.

Segundo o África Monitor, HC já tinha anteriormente manifestado vontade de se candidatar às eleições para a presidência do MPLA, sinal de que se “mantém activa” uma ala interna que também não aceita que JL se mantenha como líder do MPLA depois de abandonar a PR, como se julga ser de sua vontade.

A fonte considera que o antigo governante não disponha de reais condições para disputar a liderança do partido com JLO.

A sua base de apoio é demasiado restrita e desprovida de poder de influência. Em meios do próprio MPLA conjectura-se que o seu gesto se destina a constituir-se num método de afirmação política pessoal e num precedente, capaz de vir a estimular outros, com melhores condições.

Informações credíveis apontam que entre os seus apoiantes contam-se os seguintes generais:

António dos Santos França

Mais conhecido pelo seu nome de guerra França Ndalu, o general de 87 anos de idade, foi Secretário do Comité Central da Agricultura, Pecuária, Pesca, Cultura e Desporto e, em 1978, comandante do regimento da guarda presidencial do presidente.

França Ndalu foi promovido a general das FAPLA em 1992, tornando-se Chefe do Estado-Maior e Vice-Ministro da Defesa.

Em 1988 tornou-se presidente da Frente Sul e, em 1990, chefe da Comissão da Junta Político-Militar.

Chegou a ser considerado o número dois do regime na década de 1980, sendo conhecido em Angola como “o general dos generais”.

Ndalu mais tarde exerceu os cargos de Embaixador de Angola nos Estados Unidos em 1995, e membro do Conselho de Administração da De Beers Angola, de outubro de 2005 a março de 2010.

Na eleição de 31 de dezembro de 2012 foi eleito para a lista nacional do MPLA pela primeira vez, tornando-se deputado da Assembleia Nacional.

Após a sua reeleição, em 23 de agosto de 2017, passou a integrar a 2ª Comissão Parlamentar, ou Comissão de Defesa, Segurança, Ordem Interna, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, que é responsável pela defesa, segurança, ordem interna, e antigos combatentes e veteranos de guerra.

Eusébio de Brito Teixeira

General na reserva das Forças Armadas Angolanas (FAA), foi comandante da região militar do Cuando-Cubango, coordenador do referido batalhão e anos depois governador de Cuando-Cubango e ainda da província do Cuanza-Sul.

Mateus Miguel Ângelo “Vietnam”

Segundo o Maka Angola, Em 2006, era então chefe do Estado Maior do Exército das Forças Armadas Angolanas (FAA), tendo posteriormente sido nomeado vice-ministro da Reinserção Social, com o objectivo de o acomodar politicamente.

O general era considerado como o mais apto candidato ao posto de chefe do Estado-Maior General das FAA, para o qual acabou por ser nomeado o general Francisco Furtado.

Na Reinserção Social, de acordo com fontes ministeriais, o general foi remetido à condição de corta-fitas e, com o tempo, passou a não receber quaisquer tarefas do ministro ou do chefe do Executivo. Consta que se fartou de ir ao gabinete “para não fazer nada e ser desprezado pelo ministro”.

Vietnam que conta com 70 anos de idade, é descrito por muito dos seus colegas, incluindo antigos generais da UNITA contra quem combateu, como um dos mais valorosos, competentes e hábeis cabos de guerra que serviu as extintas FAPLA.

Luanda Post