Pequenos pormenores nos dão pistas.
Anote-se:
O campeão nacional do Girabola 2024, o Petro de Luanda, recebeu de prémio 30 milhões de Kwanzas.
Para um jogo de futebol, uma equipa estrangeira que venha jogar em África embolsa 6.000.000 de dólares! O equivalente a 5.502.000.000,00 Kwanzas!
Numa única partida, em ÁFRICA, uma equipa estrangeira embolsa 183 vezes mais do que aquilo que uma equipa nacional recebe, disputando 30 partidas ano inteiro.
Uma efeméride é comemorada com um único jogo.
Uma reflexão crítica patriótica levar-nos-ia a perceber as vantagens da promoção de um eventual Quadrangular de Futebol “50 Anos de Independência”.
4 equipas nacionais.
Ganhou o Petro: arrebatou 6
000.000 de dólares.
Ganhou o 1⁰ de Agosto: arrebatou 6.000
000 de dólares.
Enfim..
Se a África preferir engrandecer mercados estrangeiros com seus recursos naturais e financeiros, ao invés de alavancar suas economias, estimular suas equipas de futebol, investir nelas seriamente e preparar decididamente os seus talentos dando-lhes oportunidades como dá aos estrangeiros, quem sabe, um dia Deus não manda inverter e passamos nós a ser convidados a exibir nossos craques no estrangeiro?!
Seguimos:
6.000.000 de dólares arrebatados pelo Petro ou pelo 1⁰ de Agosto seria moeda em circulação no mercado interno, engordando a economia local, incentivando equipas nacionais e estimulando a prática do futebol no país.
Porquê então que a África sofre?
Porquê que a África se atrasa na corrida para o desenvolvimento?
Pequenos exemplos são suficientes.
A mudança de mentalidades, trará consigo profícuas mudanças nas lideranças africanas, e elas, apesar de lentas, começam a surgir, mas não basta. É importante pressionar no sentido de tomada de decisões mais patrióticas, mais solidárias com os seus próprios filhos.
O nosso Petro ou o nosso 1⁰ de Agosto, enquanto vencedores, embolsariam milhões de dólares, biliões de Kwanzas.
Afinal, Recursos existem!!!
Nossos melhores atletas, nossos melhores talentos, podem ser celebridades.
Nossas equipas podem galgar novos patamares.
É preciso estimulá-las!
Novas potencialidades e novos investimentos estruturais nas equipas produziriam novos desafios nacionais no desenvolvimento do Sector Desportivo.
Hoje, vergonhosamente empobrecido, o sector desportivo nacional do futebol apenas reclama por uma nova visão de país.
Por uma nova visão para África: melhor gestão dos seus recursos.
Por que razão então a África não se desenvolve?
Engº António Venâncio
