Moscovo informado por Luanda da detenção de cidadãos russos

Angola diz ter comunicado à Rússia informações sobre a detenção de Ígor Racthin, 38 anos, e de Lev Lakshtanov, 64 anos, dois cidadãos russos, que, supostamente pretendiam financiar “acções criminosas” em território angolano. Diante da gravidade dos factos, a justiça angolana ordenou a prisão preventiva dos cidadãos russos, bem como de dois angolanos, tendo, porém, restituído à liberdade um quinto elemento que ficou sob termo de identidade e de residência.

O Serviço de Investigação Criminal apresentou nesta quarta-feira, 13 de Agosto, à imprensa, os dois russos e três angolanos, detidos há semana, suspeitos de tentativa de orquestrarem actos subversivos em Angola.

Manuel Halaiwa, porta-voz da organização, explica que as investigações determinaram que os russos são membros do grupo África Politology, que tem como missão espalhar o caos e a desinformação, financiando jornalistas, políticos e ONGs.

“Realçar que as nossas Investigações determinaram que os cidadãos russos são operacionais da organização África Politology, que, de entre as várias missões à sua actividade, visa promover campanhas de desinformação, manipulação da mídia local e infiltração em processos políticos, sobretudo, no fomento da agitação”, disse o responsável.

O oficial de investigação revela que Luanda já informou Moscovo sobre a detenção dos russos.

“Referir que após a detenção dos cidadãos estrangeiros, o Ministério do Interior levou ao conhecimento do Ministério das Relações Exteriores para comunicar à respectiva Missão Diplomática”, disse Manuel Halaiwa.

Manuel Halaiwa sinalizou que, cumpridas todas as formalidades, o juiz de garantias aplicou a prisão preventiva aos cidadãos de nacionalidade russa e aos dois angolanos, por factos de crimes de Associação Criminosa, Falsificação de Documentos, Introdução ilícita de moeda estrangeira no país, Terrorismo e Financiamento ao Terrorismo.

Dos três angolanos, um foi posto em liberdade sob termo de identidade e residência.

Segundo o SIC, os russos entregaram avultadas somas de dinheiro, em moeda nacional e estrangeira, a jornalistas, políticos, associações profissionais e produtores de conteúdos digitais para dar suporte à sua acção.

O Serviço de Investigação Criminal apurou ainda que a África Politology não actua apenas com propaganda digital e notícias falsas, sendo que também financia manifestações encenadas, corrompe jornalistas locais e molda narrativas públicas a favor dos seus interesses estratégicos.

Por último, o porta-voz Manuel Halaiwa revelou que o SIC frustrou várias manifestações que já estavam agendadas para as províncias de Luanda e Benguela, adiantando que decorrem investigações visando a detenção de outros suspeitos e o esclarecimento total destes crimes.

RFI

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