O MPLA demonstra determinação em trazer para as suas fileiras Luyana Ginga Sakaita Savimbi, uma das filhas do líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi, antes que a mesma venha a aproximar-se do PRA-JA Servir Angola, liderado por Abel Chivukuvuku.
Para acelerar o processo, a Vice-Presidente do MPLA, Mara Regina da Silva Baptista Domingos Quiosa, foi designada para estabelecer contacto com Ginga Savimbi ou com familiares próximos, substituindo Ernesto Manuel Norberto Garcia, Diretor do Gabinete de Estudos e Análises Estratégicas (GEAE).
Norberto Garcia já havia recebido Ginga Savimbi em Maio de 2024, mas os contactos foram interrompidos após a mesma ter vindo a público e acusado o político do MPLA e chefe do gabinete de acção psicológica, de má-fé e uso indevido da sua imagem.
Segundo Ginga Savimbi, o encontro ocorreu casualmente no Governo Provincial de Luanda, onde tratava de documentos da sua mãe. Garcia teria insistido em tirar uma fotografia com Ginga, sem a sua autorização prévia para divulgação. No entanto, surgiram desmentidos, alegando que a reunião ocorreu no gabinete de Norberto Garcia na Cidade Alta, e não no Governo Provincial de Luanda (GPL).
Após esse episódio, o regime identificou dificuldades financeiras que Ginga Savimbi estaria a enfrentar, razão pela qual Mara Quiosa foi mandatada para discutir com a mesma ou com interlocutores a criação de condições para que possa estudar na cidade do Porto, junto com os seus filhos.
A urgência do MPLA em relação ao tema reside no facto de querer formalizar essa aproximação antes da realização do próximo congresso da UNITA, onde pretendem obter de Ginga Savimbi declarações em que a mesma fale mal da recandidatura de Adalberto Costa Júnior à presidência do partido.
Não há informações que confirmem se Ginga Savimbi estaria disposta a aderir ao MPLA em troca dessa condição, nem se já recebeu um convite para estar pessoalmente com Mara Quiosa. No entanto, durante uma entrevista à Rádio LAC, em Abril passado, Ginga mencionou a possibilidade de filiação ao MPLA ou ao PRA-JA Servir Angola, afirmando que estava aberta a integrar diferentes forças políticas, desde que pudesse contribuir de forma significativa para Angola.
Ela também abordou a sua saída da UNITA, alegando marginalização dentro do partido e criticando a nomeação de Irina Diniz para um cargo de liderança em Luanda.
No passado dia 25 de Maio, a vice-presidente do MPLA, Mara Quiosa, juntamente com outro dirigente partidário, terá reunido com um indivíduo que se apresentou como interlocutor com capacidade para persuadir Ginga Savimbi a ser apresentada como nova militante na véspera do congresso da UNITA.
Segundo apurou o Club-K, para além dos intermediários, o MPLA deseja iniciar negociações directas com Ginga, com a mãe e com a irmã Irina. No mês de Abril, Ginga Savimbi afirmou, durante uma entrevista à Mwangolé TV, que nunca trairia a memória do seu pai, Jonas Savimbi. Na mesma ocasião, voltou a abordar a sua saída da UNITA e criticou a liderança actual do partido, reiterando que os filhos de Jonas Savimbi estariam a ser marginalizados.
Club-K