Fontes políticas próximas da estrutura central do MPLA garantiram ao Agita News que o Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, iniciou uma reconfiguração profunda do seu círculo de confiança, afastando figuras que, ao longo do mandato, terão contribuído para decisões que desgastaram a sua imagem e enfraqueceram o discurso oficial de “combate à corrupção”.
A estratégia surge num momento em que o Presidente enfrenta crescente contestação pública e pressões internas a poucos meses do congresso do partido.
Segundo apurou o Agita News, Lourenço considera hoje que parte das crises políticas do seu governo resultaram de aconselhamento deficiente e manobras internas que acabaram por colocá-lo no centro de polémicas desnecessárias.
Entre os episódios que continuam a gerar fricções dentro do MPLA, destacam-se:
O envolvimento da PGR, em operações que atingiram filhos do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, reabrindo feridas internas no partido;
A detenção do ex-ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, figura historicamente próxima de JES, entendida por alguns sectores como um gesto político mal calculado;
• O caso do ex-ministro do Interior, Eugénio Laborinho, que familiares e aliados classificam como fruto de uma disputa interna que degenerou em “cabala”.
Estas fissuras políticas, segundo as fontes, levaram João Lourenço a reposicionar-se e a preparar novos afastamentos dentro do aparelho do Estado — numa “limpeza cirúrgica” destinada a reconstruir a sua autoridade antes do ciclo eleitoral.
Entretanto, críticas persistem dentro e fora do MPLA. Há quem acuse o Presidente de manter uma lógica de responsabilização seletiva, deixando intocáveis determinadas figuras envolvidas em casos de má gestão do erário público.
Agita News
