AVIAÇÃO. Das duas operadoras com voos regulares entre Luanda e Cabinda, apenas a pública recebe subvenção do Governo. Valor coberto tende a subir vertiginosamente. Ministérios das Finanças e dos Transportes ainda não avançaram com a retirada gradual da subvenção, autorizada pelo Presidente da República há cinco meses.
Nos últimos quatro anos, o Governo gastou com a TAAG mais de 28,078 mil milhões de kwanzas a subsidiar os voos para Cabinda, de acordo com cálculos do Valor Económico, baseados em dados oficiais.
Só no ano passado a subvenção subiu significativos 48,20% ao totalizar 10,690 mil milhões de kwanzas. Foi, de resto, o valor mais alto dos últimos quatro anos, o que evidencia a tendência crescente do desembolso estatal para cobrir os bilhetes de ida e volta à província mais ao norte do país. Em 2023, o aumento foi de 54,50% ao superar os 7,213 mil milhões, face aos 4,668 mil milhões de 2022 (ver gráfico). A subvenção iniciou em 2017, mas não é possível apurar os valores até 2019. Outra operadora na mesma rota, a Fly Angola, faz a ligação sem subvenção. Fontes próximas da empresa afirmam que a operadora preferiu operar sem a cobertura estatal por receio de incumprimentos no pagamento, além de a rota facilmente desgastar os aviões a jato, por ser curta e porque requer custos mais elevados de manutenção, uma vez que o motor estaria a funcionar abaixo da sua capacidade.
Valor Económico
