LUANDA, Angola – Os irmãos Clénio e Clésio, mais conhecidos no mundo do entretenimento como os “Gêmeos da Clé”, estão no centro de uma complexa investigação sobre corrupção e branqueamento de capitais.
Denúncias publicadas em vários meios de comunicação apontam-nos como figuras centrais numa teia que mistura música, negócios e altas esferas do poder politico em Angola.
A principal acusação é que o império da Clé Entertainment, uma das mais conhecidas marcas de entretenimento do país, terá sido financiado com “dinheiros de escrutinio público”. A empresa é suspeita de servir como uma “fachada” para esquemas de lavagem de dinheiro, mascarando a origem ilícita de vastos recursos financeiros através da sua atividade no mundo da música.
As investigações apontam para ligações diretas a figuras do Ministério das Finanças, no âmbito da chamada “Operação sem desconto”, que também envolve nomes como a Ministra Vera Daves, o seu esposo, e Janeth Bento.
A “rápida ascensão e a origem dos seus vastos recursos financeiros” continuam a ser um mistério que, segundo as denúncias, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem ignorado, apesar das evidências.
O caso ganha uma dimensão internacional com a menção da ligação dos irmãos ao advogado brasileiro Nelson Wilians, que foi preso no Brasil por alegada participação num esquema de fraudes bilionárias.
Enquanto as autoridades brasileiras avançam, a inação da PGR em Angola perante estas denúncias reforça a perceção de que os “Gêmeos da Clé” operam com um sentimento de impunidade, utilizando a indústria do entretenimento para, alegadamente, legitimar capitais de origem duvidosa.
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