O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou, segunda-feira, a primeira fase da Refinaria de Cabinda, infra-estrutura concebida para atingir uma capacidade de processamento de 60 mil barris de petróleo bruto por dia, mas que nesta primeira fase inicia as operações com 30 mil barris por dia.
A nova unidade vai produzir gasóleo, combustível de aviação, fuel óleo pesado e nafta, para reduzir a dependência de importações e assegurar o abastecimento nacional de produtos essenciais à mobilidade, à produção de energia e ao desenvolvimento industrial.
O investimento global ascende a 473 milhões de dólares, dos quais 335 milhões resultam de financiamentos internacionais, evidenciando a credibilidade do país junto de parceiros globais. Mais do que um empreendimento industrial, a Refinaria de Cabinda traduz-se em empregos, capacitação e inovação.
Até ao momento, já foram gerados 3.300 postos de trabalho directos e formados 700 quadros nacionais, com o compromisso de atingir 5.000 técnicos qualificados ao longo dos próximos meses.
O empreendimento dispõe de equipamentos com tecnologia de ponta e integra uma unidade de zero flaring, reforçando o compromisso da Sonangol com a sustentabilidade, segurança e as melhores práticas internacionais.
Para o mistro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, o acto renova o compromisso com uma Angola que transforma os seus recursos, agrega valores e constrói soberania energética com justiça territorial e visão estratégica.
Para compreender a importância deste momento, sublinhou Diamantino Azevedo, recordemos o ano de 2017, em que herdamos um sector marcado por declínio da produção, fraca atractividade de investimento, ausência de um quadro regulatório moderno e, de forma crítica, uma capacidade nacional de armazenamento e de refinação estruturalmente insuficiente.
Segundo o ministro Diamantino Azevedo, o país tem hoje um sector petrolífero estável, mais transparente e competitivo, que preserva os seus principais parceiros, atrai novos investimentos e lança projectos que reafirmam Angola no contexto energético africano e mundial. “Mas não basta produzir petróleo bruto, é preciso transformá-lo”, sublinhou.
O ministro referiu que foi com esta visão que o sector dos Petróleos lançou a Estratégia de Refinação e Petroquímica assente em cinco eixos, nomeadamente o aumento da capacidade de produção de gasolina da Refinaria de Luanda, já concluído; Construção da Refinaria de Cabinda; Construção da Refinaria do Soyo, que está em reavaliação, face a constrangimentos apresentados pelo promotor privado; Reinício das obras de construção da Refinaria do Lobito, após revisão profunda e redução significativa dos custos; E o desenvolvimento de pólos popetroquímicos.
“Esta estratégia visa alcançar gradualmente a autossuficiência em combustíveis, impulsionar a industrialização do sector energético e criar valores dentro das nossas fronteiras”, disse.
Jornal de Angola