Estradas esburacadas atrasam integração económica

O processo de desenvolvimento de um país passa também pela mobilidade. Em Angola, a malha rodoviária, herdada do traçado colonial, foi intervencionada a partir de 2002, com dinheiro do primeiro empréstimo bilionário da China, mas isso, terá sido apenas ‘sol de pouca dura, porque logo a seguir, o tapete asfáltico em muitos troços desapareceu, provocando buracos que atrapalham a circulação automóvel

Júlio Gomes

Um dos exemplos claros dessa intervenção que se fez nas estradas, assim que o pís alcançou a paz, há 23 anos, é o da Estrada Nacional 100 (EN 100) que liga Luanda ao Sul do país e daí aos paises vizinhos, nomeadamente, Namibia e Africa do Sul. A reparação foi feita
às pressas com os chineses a trabalhar sem parar, mas passado pouco tempo, a EN 100 está alcom os seus inúmeros problemas les treita e esburacada) que só a tornam numa via insegura, pornela ocorrerem multosaci-dentes que provocam Invariavelmente viti-mas mortais e inúmeros prejuízos materiais. A EN 100 é no pais a mais utilizada (por causa do tráfego transfronteiriço), sem desprimor para outros Importantes troços rodoviários que ligam Luanda ao resto do pais, a Norte, Leste e a Sul que também estiveram sob al-çada de empreiteiras chinesas.

Em finais de 2022 falou-se da reabilitação e ampliação de una parte dessa via, isto é, en tre Luanda e a Barra do Kwanza, num per curso com cerca de 70 quilómetros, lançou -se a consignação, foi anunciado o respecti vo orçamento, mas até hoje, as obras ainda não arrancatam

Mais à Leste do pais, entre a província do Moxico e Maxico Leste, a esforço do Executivo para ligar estas duas províncias, por uma boa estrada, ainda não se traduziu numa solução definitiva. Trabalha-se sempre numa ‘pica-da de terra batida que por altura das chu vas inviabiliza a travessia de viaturas, ou até mesmo de motociclos.

Com isso, não pode haver a necessária intensidade das trocas comerciais entre aquela nova província, às mais próximas e não só, quando para transpor a lamacenta estrada, os camiões têm de recorrer a tractores e buldozeres, pa-ra reboque, perdendo mui-to tempo e e dinheiro

Embora haja uma parte do Maxico Leste Lumbalaguimbo) que já estará devidamente ligada à vizinha República da Zambia, a grande preocupação agora é conferir maior mobilidade interna.

E a intenção do Governo de atacar o proble ma é vista com bons olhos. Nesta Estrada Nacional 250 (EN2501, a intenção do Gover no é de ligar Luau/Cazombo/Lumbala/ Ki-tendi, na provincia do Moxico Leste. A espe rança da população que sofre bastante com Isso está na reparação dessa via, num esfor ço financeiro que deve ‘engolir pouco mais de 200 milhões de dólares. Espera-se que a obra esteja concluida num horizonte de três

Jornal 134

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