Críticos denunciam que Tulumba usou falências simuladas para escapar de dívidas milionárias, fechando empresas e abrindo novas para assumir contratos frescos com o Estado. O nome IMOSUL desaparece, e nasce a MERCONS — limpa, reluzente e pronta para novos negócios.
Um nome ecoa cada vez mais alto nos corredores do poder em Angola: Silvestre Tulumba Kapose. Para uns, um simples empresário “visionário”. Para outros, um símbolo escandaloso do compadrio e da promiscuidade entre negócios e política no governo de João Lourenço.
Documentos e denúncias revelam que Tulumba, antes um modesto taxista do Lubango, transformou-se em magnata intocável, beneficiado com contratos bilionários entregues de bandeja, sem concursos públicos, enquanto empresas sérias são afastadas.
Contratos dourados — universidades e estradas
Obras avaliadas em mais de 340 milhões de euros caíram direto no colo da empresa MERCONS, ligada a Tulumba. Entre elas, as construções da Universidade 11 de Novembro, em Cabinda, e da Universidade Rainha Njinga Mbandi, em Malanje.
Na estrada Lobito–Lubango (EN-105), outro jackpot: contrato de 339 milhões de euros. Tudo feito em ajustes diretos, sem concorrência, amparado por despachos que invocam “necessidades imperiosas”.
Fornecedor predileto do Estado
Como se não bastasse, Tulumba controla empresas automotivas que viraram fornecedoras preferenciais do regime. Em 2021, fechou acordo para entregar 629 viaturas ao Tribunal Supremo, num negócio de mais de 34 mil milhões de kwanzas. A Assembleia Nacional também aparece na lista de clientes de luxo.
Jogadas obscuras e falências “teatrais”
Críticos denunciam que Tulumba usou falências simuladas para escapar de dívidas milionárias, fechando empresas e abrindo novas para assumir contratos frescos com o Estado. O nome IMOSUL desaparece, e nasce a MERCONS — limpa, reluzente e pronta para novos negócios.
Escândalos internacionais
O nome Tulumba também ecoa fora de Angola: nos Estados Unidos, foi condenado em tribunal num processo envolvendo um jato Falcon 7X, com prejuízos de quase 5 milhões de dólares. Em Portugal, ex-funcionários relatam salários não pagos e empresas em colapso sob sua gestão.
O “Menino do Palácio”
Chamado por críticos de “Menino do Palácio”, Tulumba é visto como protegido do Presidente João Lourenço. Seus negócios florescem, seus contratos multiplicam-se e a sua fortuna cresce enquanto o cidadão comum enfrenta inflação, desemprego e miséria.
O escândalo Tulumba já virou sinónimo de corrupção blindada, onde empresários amigos do poder ficam cada vez mais ricos e o povo paga a conta. Perguntas ficam no ar: quem protege Tulumba? Até quando o Estado será a “galinha dos ovos de ouro” de um só homem?
MAKAMAVULU