ENDE ‘no vermelho’ pelo sexto ano consecutivo

CONTAS. Auditor aprovou as contas com reservas e manifesta a dificuldade em compreender as rubricas de imobilizações corpóreas e imobilizações incorpóreas cujos montantes líquidos de amortizações acumuladas ascendem a 583,498 mil milhões de kwanzas.

Por Mateus Mateus

A Empresa Nacional de Distribuição de Electrici dade (Ende) continua com os resultados negativos, ao fechar o exercício de 2024 com prejuízos acima dos 109,859 mil milhões de kwanzas, um aumento de 18,93% face ao ano anterior.

Com a situação a arrastar-se há seis anos consecutivos, os prejuízos são justificados com o impacto negativo da falta de liquidez na operacionalidade da empresa, “sobretudo no que toca ás acções de manutenção e expansão da rede e o deterio-ramento da relação com os for-necedores”, conforme se lê no relatório e contas de 2024.

Além dos resultados liquidos estarem no vermelho, o capital próprio segue em proporção ‘mais crítica”, contabilizando prejuízos de 343,974 mil milhões de kwanzas como resultado de um incremento de 46,92%, ao sair dos 234,115 mil milhões de kwanzas negativosem que esteve fixado em 2023.

A administração atribui a culpa do mau desempenho, essen -cialmente, ao Estado de quem esperava receber um total de 140,587 mil milhões de kwan-zas, sendo cerca de 47,674 mil milhõesdekwanzas como.com-pensação do subsídio aos preços, e mais de 92,913 mil milhões de kwanzas da situação do capital subscrito pelo Estado e ainda não realizado. O Estado tem ainda uma dívida de mais de 468,102 mil milhões de kwanzas, res-peitante ao consumo de ener-gia com clientes de alta, média e baixa tensão. Dívida esta que, por sua vez, registou umaumento de 14,76%, face a o ano de 2023, em que esteve nos 407,889 mil milhões de kwanzas. Para sair da actual situação, a direcção da empresa voltou a comprometer-se a realizar acções estratégicas de curto médio e longo prazos com vista a recu peração financeira e operacio-nal da Ende. As acções incluem acapacitação do capital humano, oaumento da liquidezimediata para a liquidação da dívida, assim como o aumento do preço o que já ocorreu.

AUDITOR EXTERNO ARRASA AS CONTAS

O auditor que aprovouascontas comreservas manifesta a dificul-dade em compreender as rubri-cas de imobilizações corpóreas e imobilizaçõesincorpáreas cujos montantes líquidos de amorti zações acumuladas ascendem a 583,498 mil milhõesdekwanzas.

A data da apresentação do seu parecer, o auditor queixa -se não ter recebido da ENDE a prova do processo de inven-tariação física e valorização do seu imobilizado comoobjectivo de validar e actualizar a mação constantenocadastrode

imobilizado, que a empresa diz ter em cursO.

“Este processo de inventa-riação ainda não foi totalmente concluído e não nos é possí-vel obter evidência suficiente e apropriada quanto à existên-cia física, plenitude e/ou valori-zação do imobilizado registado nas Demonstrações Financeiras da Empresa”, refere.

No decorrer do processo de auditoria, os auditores também não obtiveram “informação sufi-ciente e apropriada” que lhes permitisse concluir sobreo”tra-tamento correcto” contabilístico e fiscal associado ao registo do imobilizado e respectivas pro-visões fiscais no valor de 15,568 mil milhões de kwanzas.

O auditor alerta ainda para o facto de a Ende incluir, entre as suas responsabilidades, as pen-sõescomtrabalhadores que tran-sitaram da extinta ENE e com antigos trabalhadores da Edel que não pertenciam ao plano anterior e colaboradores já con-tratados na esfera Ende.

inforções de serviço relacionadas com taxas de potência”. Para o auditor, os proce-dimentos de controlo interno vigentes ‘hão permitem asse-gurar a detecção e correcção de erros materiais no que res-peita à ocorrência, mensuração e corte de operações das tran-sacções associadas às vendas de energia a clientes em regime de pós-pago, , bem como ás prestações de serviço relacionada com taxas de potência.

Valor Económico

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