A desvalorização reflecte preocupações com o cenário económico e fiscal dos EUA, agravadas pela ameaça de novas tarifas comerciais e pelo rebaixamento da classificação de crédito do país pela Moody’s.
O índice do dólar atingiu 100,1 pontos nesta terça-feira (20/05), a mínima em quase duas semanas, acumulando queda de 0,7% em relação à sessão anterior. A desvalorização reflecte preocupações com o cenário económico e fiscal dos EUA, agravadas pela ameaça de novas tarifas comerciais do governo Trump e pelo rebaixamento da classificação de crédito do país pela Moody’s.
Comparado ao início de 2025, quando o dólar operava próximo a 105 pontos, a moeda americana perdeu 4,7% de valor, pressionada por três factores nomeadamente:
Aumento da dívida pública: A aprovação do projecto de corte de impostos de Trump, sem compensação em gastos, elevou o déficit orçamentário, projectando um acréscimo de 3 a 5 trilhões US$ à dívida nacional na próxima década.
Pressões tarifárias: O secretário do Tesouro, Scott Bessent, reafirmou que tarifas anunciadas em Abril será mantido para países que não negociarem “de boa-fé”, ampliando temores de guerra comercial.
Rebaixamento da Moody’s: A agência reduziu a classificação dos EUA de Aaa para Aa1, citando risco fiscal “insustentável” e dívida pública a caminho de 134% do PIB até 2035.
Três cenários para o dólar até Dezembro:
Optimista (Índice a 98 pontos): Acordos comerciais rápidos e controle do déficit poderiam valorizar a moeda, mas é considerado improvável dada a postura agressiva de Trump.
Base (Índice a 102 pontos): Estabilidade relativa, com o Fed realizando um corte de 0,25% em Setembro, aliviando pressões sobre mercados emergentes.
Pessimista (Índice a 108 pontos): Novo ciclo de tarifas e estagnação nas negociações fiscais no Congresso ampliariam a fuga para activos seguros, como ouro e ienes.
Economia e Mercado