Director da Fiscalização de Cacuaco acusado de envolvimento em esquema de venda irregular de terrenos públicos

Luanda — O director municipal da Fiscalização de Cacuaco, António Sebastião Paulo, conhecido por Tony Mulato, é acusado de envolvimento num alegado esquema de corrupção relacionado com a venda irregular de terrenos pertencentes ao Estado, segundo denúncias de funcionários e moradores locais.

De acordo com informações obtidas pelo portal Club-K, o dirigente terá autorizado a venda de três parcelas de terreno situadas no bairro 17 de Setembro, zona 3, município de Cacuaco. As áreas em causa estavam destinadas à construção de um mercado público, uma esquadra da Polícia Nacional e um campo desportivo, conforme o plano da Administração Municipal.

As denúncias referem que o valor total das transações ascendeu a 7,5 milhões de kwanzas, dos quais 1,4 milhão terá sido transferido para uma conta bancária identificada com o número A006.0051.0000.5355.6184.1011.6, sendo o restante montante alegadamente entregue em numerário.

Suspeitas de protecção política e exonerações internas

Fontes locais indicam que o caso poderá envolver a protecção de altos responsáveis municipais, nomeadamente o administrador Fernando João e o director do gabinete do administrador, Adérito Tati Alberto Sambo, este último com passagem anterior pela administração do Cazenga.

Após a denúncia interna do alegado esquema, Tony Mulato terá decidido exonerar o chefe de secção da Fiscalização, Dionísio Walter Ernesto Kudizenza (Nilson), numa tentativa de “salvaguardar a imagem da direcção” e dificultar eventuais investigações administrativas, segundo as mesmas fontes.

Inspecções paralelas e alegado uso indevido de viaturas

As denúncias incluem ainda a existência de inspecções paralelas realizadas em Cacuaco por funcionários da Agência Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA), alegadamente sob a coordenação de Valdano Sebastião Gaspar dos Santos, chefe de secção da referida instituição.

O grupo é acusado de utilizar uma viatura Toyota Hilux preta, com matrícula LD-14-78-EQ, em acções não autorizadas e fora do controlo da equipa multisectorial de fiscalização oficialmente criada pela administração municipal.

Entre os nomes apontados surgem também funcionários municipais e um agente da Polícia Nacional, identificado como Moisés Muinga, que actuaria como escolta pessoal do director Tony Mulato. O grupo é acusado de extorsão e corrupção administrativa durante as referidas inspecções.

Club-k.net

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