Gizela Tatiana Rodrigues dos Santos Estevão, chefe do Departamento Provincial de Benguela do Instituto Nacional da Habitação (INH), foi detida nesta segunda-feira, 26 de Maio, por suspeitas de peculato, tráfico de influência, abuso de poder e corrupção passiva de funcionário, no âmbito de um processo criminal relacionado com a atribuição de residências nas três centralidades habitacionais da província.
A detenção foi realizada em cumprimento de um mandado emitido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na sequência de uma investigação conduzida pelo Ministério Público junto dos órgãos de Polícia Criminal de Benguela, no processo n.°73847/2024.
Segundo o Novo Jornal, que cita uma nota da PGR, existem fortes indícios de envolvimento da responsável na má gestão e distribuição irregular de imóveis, muitos dos quais já tinham sido alvo de apreensão judicial entre 2022 e 2024, durante investigações que culminaram na detenção de outros funcionários do Governo Provincial de Benguela.
A investigação teve origem numa denúncia apresentada por funcionários do próprio sector da habitação, que relataram irregularidades na atribuição de dezenas de residências e alegado descaminho de verbas públicas.
Na semana passada, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) realizou buscas ao gabinete da responsável, tendo sido apreendidos documentos e equipamentos informáticos considerados relevantes para o
processo.
A Procuradoria justifica a medida de coação com fundados receios de fuga e perigo de perturbação da instrução processual, atendendo à natureza dos crimes e ao cargo ocupado por Gizela Rodrigues.
Em declarações anteriores ao Novo
Jornal, a agora detida havia garantido estar “tranquila” e afirmou não ter sido formalmente notificada de qualquer processo. “Quanto a isso [as buscas], é algo normal, nada mais a dizer” declarou na altura.
O caso insere-se num contexto mais amplo de reforço do combate à corrupção e à má gestão de bens públicos, com as autoridades judiciais a intensificarem a vigilância sobre programas habitacionais de interesse social, especialmente em províncias com histórico de irregularidades no sector.
Imparcial Press