Investigadores sugerem a criação de observatório independente com participação africana, que permita distinguir entre promessas políticas, investimentos efectivos e financiamentos condicionados sobre a linha ferroviária para evitar “mais um projecto neocolonial de mero extractivismo acelerado”.
Centro de Estudos para o Desenvolvimento Económico e Social de África (CEDESA), defende que, sem a participação e colaboração da China, dificilmente o Corredor do Lobito poderá ser um sucesso, apesar de a rota ferroviária tornar-se num palco de “disputa” de valores e narrativas.
Na análise, “O Corredor do Lobito: Retórica, Engenharia Financeira e Disputa de Valores”, o CEDESA escreve que, apesar de a União Europeia promover uma abordagem centrada na “sustentabilidade, inclusão e desenvolvimento local”; os Estados Unidos “enfatizarem a segurança energética e a competitividade industrial”, a China, embora menos visível neste projecto específico, continua a ser um actor dominante na mineração africana, com redes logísticas e industriais já consolidadas.
Os investigadores da entidade que se dedica ao estudo e investigação de temas políticos e económicos da África Austral propõem um escrutínio da contribuição dos Estados Unidos no Corredor do Lobito, que é frequentemente citada como superior a 5 mil milhões de dólares.