Luanda – O Comando da Polícia Nacional no Município do Talatona, em Luanda, está a ser acusado de ter detido no fim da tarde de sexta-feira, 30 de Maio, um dos advogados da empresa New Cogest, gestora de uma parcela de terra de mais de cinco hectares em zona nobre do Talatona, que nos últimos meses, se tornou num palco de disputa do espaço entre os proprietários e um suposto grupo organizado de invasores.

O facto aconteceu, quando o presumível grupo de “invasores”, que já tinha sido denunciado pela New Cogest, após ter apresentado uma sentença deslocada do Tribunal da Comarca de Belas, voltaram na passada sexta-feira, com outra sentença para dois terrenos distintos, cuja titularidade é atribuída ao senhor Mateus Neto, que alega ter adquirido o terreno em 2004 à extinta empresa EDURB.

O director-geral da empresa New Cogest, Staline Will, disse que os elementos visados na sentença do Tribunal Provincial de Luanda, que decidiu favoravelmente à empresa New Cogest, exibiram uma sentença “forjada” e, em função disso “conseguiram convencer” o Comando da Polícia Nacional do Talatona, que mobilizou as forças para “proteger os invasores”.

No local, o oficial responsável pela operação, segundo Staline Will escalou o muro do quintal de vedação para, com o uso da força retirar o corpo de segurança da empresa New Cogest, para que fosse permitida a entrada dos “elementos estranhos ao terreno”.

Um dos advogados, que se encontrava no exercício das suas funções, foi detido por ordem do comandante da operação e levado para o Comando Municipal de Talatona, onde foi liberado momentos depois das diligências feitas pela empresa em causa.

“Fomos surpreendidos por agentes da Polícia de Ordem Pública, que vieram retirar os nossos seguranças no terreno, uma vez que já temos uma sentença do tribunal, mas nos espanta ver agentes da polícia com os invasores, que chegaram e tentaram invadir os nossos espaços”, disse Staline.

Segundo o responsável da New Cogest, a mesma sentença, que não tiveram acesso, utilizaram para os dois terrenos que temos aqui no Talatona. “Não é possível uma sentença servir para dois espaços com características físicas e jurídicas distintas. O mesmo documento não pode ser utilizado para os dois terrenos”, esclareceu.

“Uma das coisas que nos espantou é que um dos agentes da ordem pública da unidade do Talatona pulou o muro para entrar no espaço”, lamentou.

Staline Will revelou que, “o nos leva a crer que se tratam de invasores, é que os mesmo já foram citados na sentença que o tribunal deu a nosso favor, pelo que acreditamos que o Tribunal não podia passar uma outra sentença visto que já existe uma decisão”.

“Eles vieram com um papel dizendo que é uma sentença, sem colar nenhum selo no portão, uma vez que a porta já foi colocado um selo do tribunal”, reforçou.

O Club-K contactou o Comando da Polícia Nacional e a Administração Municipal do Talatona, para possíveis esclarecimentos, mas nada resultou.

Club-K.net