Empresa Frota Justo acusada de burlar 84 milhões a um cliente num negócio de compra de viaturas no Dubai

António Lissimo Laurindo, proprietário da empresa Frota Justo Comércio Geral e Prestação de Serviços, com o número do NIF 2401358668, sedeada no município de Talatona, mais precisamente no condomínio Jardins, está a ser acusado de praticar burla qualificada, de 84 milhões de Kwanzas, sob processo número 1.290/25 VN-D, em que foi vítima o empresário Celestino Domingos Luís, de 46 anos de idade, depois da referida empresa não entregar as viaturas requisitadas.

Segundo o empresário, depois de manter contacto via telemóvel com a empresa Frota Justo Comércio Geral e Prestação de Serviços, foram até às instalações da referida empresa, localizada no condomínio Jardins, no município de Talatona, onde lhes foram apresentadas todas estruturas empresariais, afirmando que foram bem tratados pelo proprietário.

No dia 09 de Março de 2024, Celestino solicitou os serviços da empresa Frota Justo, para o fornecimento de preço de algumas viaturas no Dubai. António Lissimo Laurindo, na qualidade de proprietário da Frota Justo, pediu que o lesado fizesse o cadastramento na sua empresa.

“Nós pagamos o valor de 20 mil Kwanzas, para o  cadastramento na empresa Frota Justo”, informou, acrescentando que no pretérito dia 13 de Março, forneceram a cópia do BI, logo a empresa do senhor Celestino estava cadastrada dentro da empresa Frota Justo. No dia 14 de Março, a vítima solicitou o levantamento do preço das viaturas Chevrolet, Mitsubishi Mirage e Sparks, sendo que a Frota Justo os passou. “Nós fizemos o pagamento inicial de 6 milhões de kwanzas, tendo em conta a minha agenda de trabalho, ausentei-me da cidade capital, e o senhor António pediu que eu fizesse a transferência do dinheiro para a conta número 17445217010001 que pertence à senhora Carla Patrícia Ramos dos Santos, sua esposa”, confirmou.

Celestino Luís frisou que elaborou uma carta para a sua agência bancária e, de seguida, transferiu 78 milhões de Kwanzas, para a conta da senhora já mencionada, tudo isso no dia 09 de Abril de 2024.

“Nós encomendamos a marca Mitsubishi, modelo Mirage, que custou 6 milhões e 800 mil Kwanzas, cada, dando um total de 84 milhões equivalentes a 15 viaturas”, calculou.

No seguimento do negócio, a empresa Frota Justo, na pessoa do seu proprietário António Lissimo Laurindo, deu um prazo de 45 dias, para que as viaturas chegassem ao país e posteriormente ao empresário. Mas antes da data combinada, Celestino ligou para saber como é que estavam a correr os trâmites no Dubai.

“O senhor António disse-me para ficar descansado, que as viaturas chegariam na data combinada”, constatou, referindo que passado o prazo combinado, voltou a ligar para António, que terá pedido mais 07 dias, findo os quais não houve sucesso. “Fomos até ao escritório da empresa Frota Justo, encontramos o irmão de António, identificado apenas por Cornélio que nos assegurou que as encomendas estavam a caminho”, insistiu.

“No dia 19 de Julho do ano transacto, mandamos uma carta com uma planilha em anexo alertando do prejuízo que a empresa Frota Justo estava a nos causar, mas a empresa solicitou mais um mês, que também não foi honrado, apenas voltou a garantir que a encomenda estava a chegar.

O empresário concluiu que o negócio cheirava à burla “qualificada”. Em Novembro do ano passado, pediram os comprovativos, mas lhes foram negados.

O lesado contou que se dirigiu à PGR do Km 9, no Grafanil, onde fez a participação. Dada a tipicidade de crime que é “burla qualificada”, a PGR emitiu duas notificações: uma no dia 23 de Janeiro, a outra em 13 de Fevereiro de 2025, mas António não compareceu em nenhuma delas.

No pretérito dia 27 de Março, o digno magistrado do Ministério Público emitiu um mandado de detenção contra o senhor António Lissimo Laurindo, proprietário da empresa Frota Justo, mas não houve êxito.

“A nossa justiça deve ser imparcial, porque nos parece que o senhor António tem quem o protege. Houve um acto de má fé, porque as pessoas que formalizaram todos esses actos que são o filho e a esposa não foram notificadas”, acusou.

Celestino afirmou que está disposto a negociar, mas que a justiça seja imparcial e célere com esta situação.

Contactámos, via telemóvel, a direcção da empresa Frota Justo, mas fomos informados pelo senhor António, do gabinete de comunicação e imagem que estão “a meio de uma negociação, mas se o senhor insistir em fazer publicações na midia a empresa vai parar de negociar”.

A equipa deste jornal deslocou-se, por duas vezes, até à PGR da esquadra do KM 9, para saber dos trâmites processuais, mas sem sucesso.

Por intermédio de uma fonte do Serviço de Investigação Criminal, ficou-se a saber que no comando municipal de Talatona decorrem dois processos contra a empresa Frota Justo

Na Mira do Crime

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