O director e jornalista do portal de notícias e canal de televisão digital TV Nzinga, Capita Zua Inga, foi notificado pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Talatona para comparecer, nesta segunda-feira, 8, no Comando Municipal da Polícia Nacional da mesma circunscrição.

A notificação, referente ao processo n.º 13885/025/MP-TLA, datada de 2 de Dezembro e assinada pelo superintendente Vasco Arlindo de Castro Quintas, determina que o jornalista deve apresentar-se acompanhado do seu advogado, advertindo que a ausência poderá implicar sanções previstas na lei. O processo está a ser acompanhado pela procuradora Felisbelda Ernesto.

Apesar da formalidade do chamamento, o SIC não especificou o motivo da convocatória, o que tem gerado apreensão entre profissionais da comunicação social e organizações de defesa dos direitos humanos.

Capita Inga é conhecido pelo seu trabalho de investigação e pela denúncia de abusos de autoridade, violações de direitos humanos e situações de negligência social, sobretudo em comunidades periféricas frequentemente excluídas da cobertura mediática tradicional.

Sob sua direcção, o TV Nzinga tornou-se uma das plataformas de referência pela abordagem de temas sensíveis, pela amplificação das vozes marginalizadas e pela exposição de realidades que muitas vezes permanecem ausentes do discurso oficial.

Por essa razão, o chamamento do SIC está a ser interpretado, por diversas entidades, como parte de um padrão crescente de pressão e intimidação contra jornalistas e activistas em Angola.

Organizações da sociedade civil exigem transparência total no processo e defendem garantias de que Capita Inga não será alvo de perseguição política, intimidação ou retaliação em razão do exercício da actividade jornalística.

O caso continuará a ser monitorado por activistas, observadores independentes e entidades dedicadas à defesa da liberdade de expressão, que alertam para a necessidade urgente de proteger o jornalismo independente num ambiente cada vez mais sensível.

Ngola Ntuady Kimbanda Nvita