O Instituto Nacional da Habitação (INH) enfrenta fortes acusações de má gestão e uso indevido de bens públicos, num escândalo que envolve o diretor António Neto e um colaborador identificado como Balavante, apontado como proprietário de uma empresa de segurança contratada para proteger bens confiscados pelo Estado e entregues ao INH como fiel depositário.
De acordo com fontes comunitárias e documentos obtidos pelo Agita News, há suspeitas de que patrimónios sob custódia do INH estejam a ser explorados para fins privados. Um dos casos mais citados é a alegada ocupação irregular de um estaleiro e de um edifício na centralidade Vida Pacífica, onde apartamentos teriam sido distribuídos a pessoas próximas de Balavante, com posterior intenção de venda.
Moradores da Vida Pacífica relatam que os imóveis “mudaram de dono de forma misteriosa”, e que “ninguém sabe quem autoriza as ocupações, mas todos sabem quem lucra”.
As mesmas fontes indicam que a rede teria estendido as suas operações à centralidade do Kilamba, uma das zonas habitacionais mais cobiçadas do país, onde imóveis anteriormente apreendidos pelo Estado estariam a ser ocupados e negociados fora dos canais legais.
Para o jurista Mário Adriano, ouvido pelo Agita News, “a situação configura um grave conflito de interesses. Se um colaborador do INH detém uma empresa contratada pelo próprio instituto, estamos perante um caso clássico de corrupção institucional disfarçada de prestação de serviços”.
Já a economista Carla Mavungo considera que o escândalo “expõe a fragilidade da fiscalização pública e a promiscuidade entre gestão estatal e interesses privados”, alertando que “a habitação social corre o risco de se transformar num negócio de elites”.
Até ao momento, nem o INH nem o Ministério das Obras Públicas e Habitação se pronunciaram sobre as denúncias. Não há confirmação da abertura de qualquer inquérito oficial.
O Agita News reforça que a gravidade do caso exige transparência e ação imediata:
“O silêncio institucional é cúmplice. O país precisa saber quem está a transformar o património público em negócio particular.”
Agita News
