A Associação Argentina de Futebol (AFA) exigiu das autoridades desportivas angolanas algumas adaptações no interior do estádio 11 de Novembro, em Luanda, para limitar o acesso da imprensa aos jogadores da selecção argentina durante o jogo amistoso contra os Palancas Negras, aprazado para o dia 14 deste mês, anunciou o ministro da Juventude e Desportos (MINJUD).

Rui Falcão explicou que a recomendação da AFA surgiu após uma visita do seu director técnico às instalações do maior estádio de futebol do País (50 mil espectadores), numa jornada ‘inspectiva’ em que o responsável argentino foi acompanhado por quadros da Federação Angolana de Futebol, no âmbito do duelo enquadrado nas celebrações dos 50 anos da Independência Nacional.

“Postos no estádio 11 de Novembro, a única coisa que eles pediram foi que se pusesse, entre o balneário e a saída para o relvado, uns biombusitos para que eles [jogadores da Argentina] não sejam muito incomodados pela imprensa. É o único pedido que nos fizeram. De resto, consideraram tudo excelente”, disse o governante, em entrevista à TV Zimbo.

O líder do MINJUD mostrou-se convicto na integração do astro Lionel Messi na caravana da Selecção Argentina que irá escalar, nos próximos dias, o solo angolano: “Quem vem a Angola é a selecção da Argentina, com Messi. (…) Aliás, vocês ouviram, a própria AFA, que é a Federação Argentina, já confirmou a vinda. Portanto, só se acontecer alguma coisa extraordinária que o impeça”.

Explicou que foi a própria Argentina que, “por interpostas pessoas”, manifestou o interesse em vir jogar à África, num momento em que as autoridades angolanas estavam a preparar o programa de celebração dos 50 anos da Independência de Nacional.

Em relação às críticas aos custos à volta do jogo, Rui Falcão desmentiu que Angola tenha desembolsado acima de 8 milhões de dólares para garantir a vinda dos actuais campeões do Mundo de futebol para a realização da partida amistosa  (DATA FIFA) com os Palancas Negras, em Luanda.

“O que assumimos como compromisso foi ir buscá-los e levá-los; pagar o alojamento interno e a transportação interna. Portanto, é isso que está negociado”, disse, sem precisar os valores do custo desta partida, mas mostrando-se perplexo com os orçamentos que têm sido divulgados pela imprensa internacional.

O ministro da Juventude e Desportos afirmou que, inicialmente, as autoridades angolanas pensavam na realização de um torneio de futebol, com a presença de uma selecção europeia e duas africanas: “Queríamos fazer um quadrangular (…). Apareceu a questão da Argentina, que é muito mais barata que realizar esse quadrangular. E, depois, teríamos, aqui, cinco selecções que não são, seguramente, a número um do ranking mundial. Entre uma coisa e outra…”.

O governante adiantou, sem dar mais detalhes, que, para cobrir os custos do mediático jogo, as autoridades angolanas poderão contar com a contribuição voluntária de alguns empresários. Disse que o custo dos ingressos estará dentro daquilo que tem sido cobrado nos jogos dos Palancas Negras.

“Estamos a sofrer muita pressão de várias instituições; instituições públicas, instituições privadas. Toda a gente quer ir ao estádio. Estamos, neste momento, a definir como é que vamos resolver isso, sendo que, independentemente de se satisfazer a necessidade de algumas instituições, vamos ter de pôr bilhetes à venda”, asseverou Rui Falcão.

Esclareceu que a reabilitação do estádio 11 de Novembro, orçada em 13,6 milhões de dólares, não foi motivada pela vinda da selecção Argentina, referindo que se trata do cumprimento de uma intervenção que contempla três fases, e inclui a melhoria das vias de acesso.

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