Passageiros do CFB obrigados a viajar em casas de banho devido superlotação

Passageiros do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), que fazem o trajecto Luena/Luau, Bié, Huambo e Benguela, continuam a denunciar as condições degradantes e inapropriadas em que são obrigados a viajar, por conta da superlotação dos vagões.

Segundo relatos, muitos passageiros são forçados a permanecer nas casas de banho durante a viagem, por falta de espaço nos compartimentos principais. As reclamações estendem-se à falta de ventilação e ao mau cheiro no interior das carruagens, o que agrava ainda mais o desconforto.

Os utentes apelam à intervenção urgente do Governo e da Administração do CFB, no sentido de conseguirem fazer as suas viagens de forma condigna.

Lamentam ainda que o dinheiro investido na viagem não é sentido na qualidade, “reiterando que o governo deve olhar para a situação do povo”.

Os munícipes dizem que viajar do Luena/Luau, Bié, Huambo e Benguela chega a ser um verdadeiro desafio.

“As condições a que somos submetidos a viajar não são condignas, as carruagens são lotadas de gente, o mau cheiro é insuportável, falta de ventilação e passageiros a viajar nas casas de banho é o cenário real dos que aderem os serviços do CFB”, disseram ao Correio da Kianda.

Dona Florinda, que é passageira, conta que viajar de comboio tem sido muito difícil: “ao subir é muita confusão, dentro do comboio não há diferença do que é a segunda classe, do que é a primeira, do que é a terceira classe. Eu estou a viajar, mas não consigo entender nada porque é uma viagem chata, aqui estou na segunda classe, mas parece que a terceira é melhor, porque a terceira classe tem janelas abertas, só que esta muito cheia porque as casas de banho estão ocupadas, mas como areja mais ou menos é melhor”, relatou.

Mobiliário de casa de banho

Recordar que há cerca de um ano, o Presidente do Conselho de Administração do Caminho de Ferro de Benguela, António Cabral, garantiu que os problemas que o CFB vem enfrentando, “tinham os dias contados”, por conta do investimento que a empresa tem vindo a fazer.

Correio da Kianda.

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