Angola entre os países africanos que mais atraíram investimentos em construção em 2024

Países como Egipto, África do Sul e Angola, nessa ordem, atraíram grandes projectos de capital intensivo, enquanto Gana, Quénia e Marrocos atraíram empreendimentos de médio porte.
Angola consta da lista dos países africanos que mais atraíram investimentos em construção no ano passado, segundo o mais recente relatório sobre Investimento Directo Estrangeiro (IDE) 2025, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês).

O sector da construção, refere o documento consultado pela revista Economia & Mercado, continua significativa em termos absolutos em África, reflectindo grandes lacunas de infra-estrutura e necessidades de desenvolvimento urbano no continente.

Países como Egipto, África do Sul e Angola, nessa ordem, atraíram grandes projectos de capital intensivo, enquanto Gana, Quénia e Marrocos atraíram empreendimentos de médio porte e alto impacto, realça o relatório.

África, refere a pesquisa, está a atrair uma parcela crescente de megaprojectos globais, com sete avaliados em mais de 4 mil milhões de dólares. O maior anúncio de greenfield (projectos construídos do zero) para qualquer país em 2024 foi o megaprojeto de construção de Ras El-Hekma no Egipto.

O IDE 2025 sublinha que a Total Energies (França) anunciou um projeto de 6 mil milhões USD no sector extractivo em Angola e outro megaprojecto em energias renováveis ​​na Tunísia, também avaliado em 6 mil milhões de dólares.

O investimento no sector extractivo foi concentrado, vindo de um punhado de países. Investidores de Singapura, França, Canadá, Reino Unido e Itália, nessa ordem, foram responsáveis ​​por cerca de 80% dos fluxos de capital para o sector.

Do lado dos beneficiários, realça o documento a que a E&M teve acesso, a Guiné liderou a lista, garantindo 19 mil milhões USD, principalmente de dois projectos de minério de ferro.

Já a República Democrática do Congo atraiu 9 mil milhões de dólares em projectos de cobre e minerais para baterias, seguida por Uganda, com 6,6 mil milhões USD em projectos, Angola (6,1 MM) e Líbia, com 6 mil milhões de dólares.

“Esses números ressaltam a importância de alguns projectos de grande porte na definição dos fluxos de investimento sectoriais”, lê-se na pesquisa Investimento Directo Estrangeiro (IDE) 2025, elaborada pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.

O investimento estrangeiro directo associado à actividade de fusões e aquisições transfronteiriças na região, normalmente de valor muito baixo, aumentou acentuadamente em 2024, com as vendas líquidas a aumentarem de 83 milhões USD em 2023 para 416 milhões em 2024.

Este aumento, refere o relatório, foi impulsionado principalmente por uma grande transacção na qual a Delta Mining, uma subsidiária da International Resources Holding (Emirados Árabes Unidos), adquiriu a participação de 51% na Mopani Copper Mines (Zâmbia) por 1,1 mil milhões de dólares.

O estudo observa, entretanto, que o aumento geral na actividade de fusões e aquisições foi parcialmente compensado por um grande desinvestimento – ou seja, uma venda de activos de 830 milhões USD em Angola, onde uma unidade da angolana ETU Energias adquiriu activos locais de propriedade da Galp Energia (Portugal).

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