Uma funcionária angolana com mais de 12 anos de serviço na Siemens Energy S.A. Angola apresentou queixas criminais e cíveis contra a empresa e o seu Director-Geral, André Jorge (na foto), por alegada difamação, discriminação e assédio. O caso, que está a ser investigado pelo Ministério Público, levanta questões sobre práticas corporativas de multinacionais europeias em África.
A trabalhadora de 45 anos, alega ter sido vítima de uma campanha sistemática de perseguição que culminou no seu despedimento em abril de 2025, após denunciar comportamentos intoleráveis do Director-Geral português.
Alegações Graves Contra a Gestão
As acusações incluem incidentes particularmente graves. A funcionária alega que o director geral, invadiu as instalações sanitárias femininas da empresa para a intimidar a abandonar as suas funções de gestão da frota automóvel.
O processo disciplinar que levou ao despedimento foi instaurado após um incidente em dezembro de 2024, quando o Director-Geral foi detido pela Polícia Nacional por condução sob efeito de álcool. Estranhamente, foi a funcionária angolana que acabou por ser alvo de procedimento disciplinar, acusada de ter fornecido coordenadas GPS da viatura às autoridades.
“Os factos demonstram um padrão claro de discriminação baseada na nacionalidade e uma tentativa de silenciar quem denuncia irregularidades”, afirma uma fonte próxima, que pediu anonimato.
Violações de Proteção de Dados
O caso ganhou contornos adicionais quando a empresa utilizou imagens de videovigilância do condomínio onde está sediada para fundamentar acusações contra a funcionária. Segundo a queixa, estas imagens foram obtidas e utilizadas sem consentimento, violando a Lei de Proteção de Dados Pessoais angolana.
As imagens mostravam a funcionária a facilitar o acesso de agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC) ao edifício onde se encontram as instalações da empresa, no cumprimento de diligências judiciais relacionadas com as suas próprias queixas contra a empresa.
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