Luanda — Centenas de estudantes angolanos que pretendem ingressar no ensino superior em Portugal enfrentam sérios constrangimentos no processo de emissão de vistos de estudo no Consulado de Portugal em Luanda. Muitos jovens aguardam há mais de 100 dias pela concessão do visto, cujo prazo legal varia entre 15 e 60 dias úteis.
As provas de acesso às universidades portuguesas tiveram início no dia 30 de Junho, e vários estudantes angolanos correm o risco de perder a oportunidade de realizar os exames, apesar de já terem pago as respectivas taxas de inscrição.
Segundo relatos de pais e encarregados de educação, o processo de obtenção de visto está a ser marcado por alegações de irregularidades e exigência de pagamentos avultados fora dos canais oficiais. Fontes denunciam que, para acelerar o processo, algumas famílias são obrigadas a desembolsar entre 500 mil e 1 milhão de kwanzas, entregando os passaportes por outros canais, sem passar pelo prestador oficial VFS Global.
“Está a tornar-se insustentável. Obter os passaportes é um caos, conseguir o visto a tempo e comprar o bilhete de viagem em cima da hora representa um sacrifício financeiro enorme”, disse um dos pais entrevistados, que pediu anonimato.
O descontentamento entre as famílias está a crescer, com muitas a questionarem a transparência do processo e a manifestarem frustração pela falta de respostas claras por parte das autoridades consulares. Alguns encarregados de educação consideram que a situação compromete o futuro académico dos seus filhos e temem que haja uma intenção deliberada de travar a mobilidade dos jovens angolanos.
Até ao momento, o Consulado de Portugal em Luanda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias nem esclareceu as razões dos atrasos verificados.
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