Um novo episódio abala o meio religioso em Angola. O conhecido líder espiritual BM Samuel, cujo nome verdadeiro é Beni Lukuto Joao, foi formalmente acusado pelo Ministério Público e encontra-se detido em Luanda. A Procuradoria-Geral da República submeteu ao Tribunal de Luanda o processo-crime n. 1095/24-MP, onde o profeta enfrenta acusações graves: uso indevido de viatura alheia e falsa declaração de propriedade. A polémica envolve um veículo Toyota Prado TXL branco, com matrícula LD-95-66-DJ, que terá sido utilizado pelo líder religioso como se fosse seu, apesar de pertencer a outro membro da sua igreja. O episódio, carregado de controvérsias e traições, levanta sérias questões sobre a integridade de figuras influentes no seio das igrejas angolanas.
Segundo o portal Diamante Angola, tudo começou a 13 de setembro de 2022, quando o profeta, numa atitude considerada oportunista, utilizou o referido automóvel cedido por compaixão por Aníbal Francisco Luxindo, também membro da congregação “Ministério de Deus da Graça” para fins que iam além do acordado. As investigações revelam que BM Samuel terá tentado apresentar-se como legítimo proprietário do veículo, chegando mesmo a envolver um terceiro cidadão, o mecânico Emílio Queta Salvador, conhecido como Sebas, numa alegada tentativa de transação fraudulenta. O escândalo gerado por esta revelação está a causar ondas de choque nas redes sociais, dividindo opiniões e reacendendo o debate sobre o comportamento de lideres religiosos com elevada influência sobre fiéis vulneráveis.
As autoridades judiciais actuaram com firmeza, e o profeta encontra-se agora em prisão preventiva. A medida foi decretada no despacho da magistrada Dra. Tanya Guimarães Rodrigues, e consta nos autos remetidos à Distribuição Geral do Tribunal da Comarca de Luanda. A detenção preventiva visa garantir o normal prosseguimento do processo judicial, proteger provas e evitar possíveis interferências com testemunhas ou outros envolvidos. O caso levanta dúvidas quanto à utilização de estatutos religiosos para práticas alegadamente criminosas e chama a atenção para a necessidade de maior fiscalização e transparência dentro das organizações religiosas que operam no país.
Este episódio promete ser apenas o início de uma longa batalha legal e mediática. O julgamento de BM Samuel poderá tornar-se um marco na relação entre o sistema judicial e líderes religiosos em Angola, sinalizando que a fé não pode servir de escudo para actos ilícitos. O país observa agora atentamente os desdobramentos deste caso, enquanto o “profeta” mais falado do momento responde perante a Justiça por actos que, se confirmados, comprometem não apenas a sua imagem pessoal, mas também a confiança de milhares de seguidores. Mais informações poderão ser divulgadas nas próximas horas, à medida que o processo avance e novas revelações venham à tona.
Portal Diamante Angola