PGR criticado por jubilar sogro que nunca foi procurador

As mais recentes deliberações da Comissão Permanente do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público geraram controversa na justiça angolana, ao incluir na lista de jubilação o Coronel Manuel Jorge, que, segundo fontes competentes, não possui formação em Direito nem exerceu funções como magistrado, tendo atuado apenas como quadro administrativo na PGR Militar.

A decisão oficial estipula a sua jubilação na qualidade de Sub-Procurador-Geral da República, titular do NIP 41545893, com efeitos a partir de 10 de Junho de 2025.

Críticos apontam que a nomeação beneficia Manuel Jorge por relações familiares, uma vez que é pai da procuradora Iliana Drunina Monteiro Jorge, citada como “segunda esposa do PGR”. Iliana Jorge trabalhou no gabinete do Procurador-Geral da República Fernando Pita Gros antes de ser transferida para a província do Bengo. Além disso, foi recentemente nomeada Procuradora da República, com funções na 1.ª Secção da Sala de Família do Tribunal da Comarca de Belas, com efeitos a partir de 1 de Junho de 2025.

A legislação angolana estabelece que a jubilação irregular de alguém que não seja procurador pode configurar uma infração grave e até mesmo um crime, conforme as circunstâncias.

A Lei Orgânica da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público define critérios rigorosos para a carreira de magistrado, exigindo ingresso por concurso público e cumprimento de requisitos específicos. Apenas aqueles que seguem esse processo podem ser considerados magistrados e, consequentemente, ter direito à jubilação.

O portal “Maka Angola” expôs publicamente o caso, levantando denúncias sobre o facto de Manuel Jorge nunca ter exercido funções como procurador, mas ainda assim ter sido jubilado por decisão do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público. O episódio continua a gerar críticas e levantar dúvidas sobre favorecimento e irregularidades no sistema judicial angolano.

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