Administrador de Viana acusado de envolvimento em esquema de venda irregular de terrenos

Luanda – O administrador municipal de Viana, Demétrio de Sepúlveda, está a ser acusado por moradores da centralidade Vida Pacífica de envolvimento num esquema de venda irregular de quase todos os terrenos afectos àquele projecto habitacional. Segundo as denúncias, os terrenos terão sido atribuídos a pessoas de confiança e empresas escolhidas pelo próprio administrador, antes da transferência da gestão do território para a recém-criada província de Icolo e Bengo.

Informações obtidas pelo Club-K indicam que a nova administração da província de Icolo e Bengo, actualmente responsável pela gestão da centralidade, tem enfrentado dificuldades para intervir no espaço devido à documentação emitida anteriormente pelo administrador de Viana.

De acordo com os denunciantes, a alegada estratégia consistiu em alienar os terrenos antes que a nova administração assumisse oficialmente a tutela da centralidade Vida Pacífica e das áreas adjacentes.

Os relatos apontam ainda para o envolvimento de uma senhora identificada apenas como “Dona Dulce”, que teria actuado como intermediária no processo, fazendo-se passar por testa-de-ferro do administrador Demétrio de Sepúlveda. A ela caberia a negociação directa dos valores com os interessados, que, segundo consta, rondavam até 134 milhões de kwanzas por cada parcela.

As denúncias referem também a existência de uma alegada manipulação de cidadãos residentes na chamada “zona da favela” ou “povoado”. Esses indivíduos teriam sido instruídos a contestar a posse de determinados imóveis localizados na centralidade, alegando tratar-se de terrenos deixados por familiares.

“Dona Dulce é igualmente proprietária de várias lojas dentro da Vida Pacífica, que aluga a estrangeiros para a instalação de cantinas, estabelecimentos comerciais e farmácias. No entanto, ninguém sabe ao certo como obteve esses espaços, visto que não possui qualquer documentação que comprove a legalidade da sua posse”, denunciam os moradores.

Acusada nega envolvimento e desafia acusadores

Em contacto com o Club-K, “Dona Dulce” negou qualquer participação na venda de terrenos e desafiou os queixosos a apresentarem provas junto dos órgãos de justiça.

“Quem não deve, não teme. Se alguém pagou por terreno, deve ter algum comprovativo. Então, que apresentem queixa numa esquadra ou na PGR, e eu responderei”, afirmou.

A empresária afirmou ainda que está a ser alvo de inveja por parte dos denunciantes, devido ao seu crescimento financeiro e empresarial, garantindo que não está envolvida em nenhuma actividade ilícita.

Club-K.net

Voltar ao topo