BANCO SOL À BEIRA DO COLAPSO

Os accionistas do Banco Sol reúnem-se hoje, 29 de Abril, em assembleia-geral ordinária, em Luanda, para discutir o Plano de Recapitalização e Reestruturação (PRR) 2025-2027, além de outros pontos cruciais, como a nova política remuneratória, o relatório e contas de 2024 e o relatório do auditor externo. A reunião, que se prevê prolongar ao longo do dia, é determinante para o futuro da instituição bancária, que enfrenta desafios financeiros significativos.

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CRISE FINANCEIRA E MUDANÇA DE LIDERANÇA

Após a identificação de um desequilíbrio financeiro pelo Banco Nacional de Angola (BNA), o Banco Sol passou por uma mudança na sua liderança. Teodoro Paixão Franco foi substituído por Osvaldo Lemos Macaia, de 41 anos, como presidente da Comissão Executiva. Macaia elaborou o PRR, aprovado pelo BNA, que inclui medidas para evitar o colapso da instituição e mitigar impactos negativos no sistema financeiro angolano.

O BNA interveio através da Facilidade de Assistência Emergencial de Liquidez, considerando o Banco Sol uma entidade de importância não sistémica. O plano traça cenários para estabilizar as finanças da instituição, com foco na injecção de capital e reestruturação operacional.

ACCIONISTAS E MEDIDAS EM DEBATE

A assembleia reúne os oito principais accionistas, incluindo a Sansul, detida pela GEFI (holding do MPLA), com 51% das acções, Coutinho Nobre Miguel (12,24%), Ana Paula dos Santos, ex-primeira-dama, com 5,42% directamente e 10% através da Fundação Lwini, e António Mosquito (6,33%).

Entre as medidas em análise estão a recuperação de crédito malparado, o encerramento de 55 agências e unidades centrais, a redução de cerca de 30% do quadro de pessoal e a venda de activos imobiliários não essenciais. Além disso, discute-se a possível redução do Conselho de Administração, actualmente composto por 12 membros, incluindo três administradores independentes, dois não executivos e seis executivos, considerado demasiado extenso face à actual conjuntura financeira.

IMPACTO E EXPECTATIVAS

A aprovação do PRR e a implementação das medidas propostas são passos decisivos para a recuperação do Banco Sol. A reunião de hoje é vista como um momento crítico para alinhar os interesses dos accionistas e garantir a sustentabilidade da instituição, num contexto de pressão para reforçar a estabilidade do sector bancário angolano. OT

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